Estudo evidencia novidades sobre dor no joelho em adolescentes

Data:

Compartilhe:

Você já ouviu falar na dor no joelho durante a adolescência? Para muitos jovens, especialmente aqueles ativos em esportes, essa dor pode ser mais do que apenas um incômodo temporário. Pode ocasionar sofrimento e desinteresse pela prática esportiva; somando-se ainda, em muitos momentos, ao desconhecimento da causa que pode fazer com que pais e treinadores não compreendam o que está acontecendo.

Mas o que é, e por que essa dor acomete jovens? É importante compreendermos que essa condição é decorrência de uma síndrome que vem sendo investigada por médicos e cientistas do esporte há alguns anos, conhecida como a Síndrome de Osgood-Schlatter.

O Que é a Síndrome de Osgood-Schlatter?

A síndrome de Osgood-Schlatter pode afetar cerca de 10% dos adolescentes durante o período de crescimento, e é caracterizada por uma dor no joelho associada ao rápido crescimento ósseo e muscular que ocorre nessa fase da vida, geralmente por volta da puberdade. Além de causar desconforto significativo, especialmente durante atividades físicas como correr e pular.

Recentemente, em maio de 2024, um recente estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Aalborg, na Dinamarca, trouxe novas descobertas sobre a síndrome de Osgood-Schlatter, oferecendo esperança e novas perspectivas para médicos e profissionais da saúde.

Como foi o estudo?

O estudo, intitulado A comprehensive MRI investigation to identify potential biomarkers of Osgood Schlatter disease in adolescents: A cross sectional study comparing Osgood Schlatter disease with controls“, (Tradução: “Uma investigação abrangente de ressonância magnética para identificar potenciais biomarcadores da síndrome de Osgood Schlatter em adolescentes: um estudo transversal comparando a síndrome de Osgood Schlatter com controles”), foi publicado na revista científica Scandinavian Journal of Medicine and Science in Sports pelos pesquisadores L. B. Sørensen e S. Holdenn, do Departamento de Ciência e Tecnologia da Saúde da Universidade de Aalborg, na Dinamarca.

Esta pesquisa representa um avanço significativo no entendimento da dor no joelho na adolescência e oferece esperança para aqueles que sofrem com a síndrome de Osgood-Schlatter.

Usando ressonância magnética, os pesquisadores examinaram os joelhos de 76 adolescentes praticantes de Futebol; 46 deles com sintomas da síndrome de Osgood-Schlatter e os compararam com 30 adolescentes sem dor. O objetivo era entender melhor as causas subjacentes da síndrome de Osgood-Schlatter e identificar possíveis biomarcadores associados à dor.

Principais Achados

Os resultados do estudo foram reveladores. Descobriu-se que os adolescentes com síndrome de Osgood-Schlatter apresentavam alterações significativas nos tecidos moles e nos ossos do joelho. Isso incluía edema ósseo na área onde o tendão patelar se conecta ao osso da perna e mudanças na espessura e inserção do tendão patelar. Essas alterações foram associadas a uma maior intensidade da dor, especialmente ao pressionar a tuberosidade da tíbia, que é o sintoma principal da síndrome.

Fonte da imagem: Artigo

Conclusão

Este estudo oferece resultados valiosos sobre a síndrome de Osgood-Schlatter e suas implicações clínicas. Agora, os médicos têm uma melhor compreensão das causas da dor no joelho durante a adolescência, o que abre caminho para estratégias de tratamento mais eficazes. Além disso, a pesquisa destaca a importância de identificar diferentes subgrupos de adolescentes com síndrome de Osgood-Schlatter, pois alguns podem não apresentar alterações significativas nos exames de ressonância magnética.

Para ler o artigo na íntegra, clique aqui

Para receber conteúdos como esse em seu e-mail, participe da nossa Newsletter.

Veja um episódio do Podcast sobre o assunto:

spot_img
spot_img

Posts Relacionados

O que influencia a velocidade máxima nas partidas ao longo de uma temporada no Futebol?

Um estudo recente analisou a velocidade máxima atingida por jogadores de futebol durante as partidas, levando em consideração...

Tratamentos para dor crônica em jogadores de Futebol

Um estudo em formato de revisão integrativa analisou a eficácia de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos na gestão...

Cafeína aumenta atividade cardíaca e precisão de passes em Jogos reduzidos de futebol

Uma pesquisa recente, publicada no Journal of National Kinesiology, conduzida por pesquisadores turcos, examinou os efeitos da ingestão de...

Modelo preditivo identifica risco de lesões nos isquiotibiais em jogadores de futebol

Um estudo publicado nos Annals of Medicine, criou um modelo para prever o risco de lesões musculares nos...

Rodrigo Aquino

Rodrigo Aquino é professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua no Departamento de Desportos e como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado).

É líder do Grupo de Estudos Pesquisa em Ciências no Futebol (GECIF/UFES) e coordenador do Programa Academia e Futebol (Núcleo UFES), financiado pelo Ministério do Esporte. Seu trabalho envolve a coordenação de projetos técnico-científicos em parceria com categorias de base e equipes profissionais de futebol no Brasil.

Rodrigo é graduado em Educação Física e Esporte pela USP, com especialização em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado e doutorado em Ciências também pela USP. Acumula experiência prática no futebol desde 2015 como fisiologista e preparador físico em clubes profissionais, além de atuar como treinador e coordenador técnico em categorias de base. Reconhecido academicamente, está entre os 10 cientistas do esporte mais produtivos da América Latina em publicações científicas relacionadas ao futebol.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.