Jogadores de Futebol profissionais nascidos após os anos 2000 brincaram na rua?

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Você já se perguntou como os grandes jogadores de futebol aprenderam a jogar futebol? Muita gente acredita que a resposta está nas famosas brincadeiras do futebol de “rua”, onde crianças e adolescentes passavam horas chutando bola e desenvolvendo suas habilidades. Mas será que essa tradição ainda existe nos dias de hoje?

Um estudo recente realizado por Thomas Fischer e outros pesquisadores da Unicamp, investigou as práticas de brincadeiras e jogos na infância de jogadores de futebol profissionais, nascidos após o ano 2000. E o estudo trouxe uma resposta surpreendente: sim, a brincadeira de rua ainda faz parte da formação desses atletas!

O que é a Pedagogia da Rua?

A Pedagogia da Rua é um conceito que descreve a forma como muitas crianças aprendem a jogar futebol de maneira informal, nas ruas, praças e campos improvisados. Nesses espaços, os jovens desenvolvem habilidades técnicas, táticas e sociais de forma espontânea e divertida.

Como foi o estudo e o que a pesquisa revelou?

Os pesquisadores entrevistaram jogadores profissionais de futebol tanto do sexo masculino quanto feminino que nasceram após os anos 2000. A pesquisa foi de caráter qualitativo, e teve como destaque que apesar das mudanças nas formas de brincar e dos ambientes urbanos cada vez mais restritos, a bola continua sendo uma grande paixão na infância desses atletas.

Assim como as gerações anteriores, os jovens jogadores de hoje brincam de pique-bandeira, esconde-esconde, queimada e, claro, uma infinidade de jogos com bola, como futebol de rua, travinha e bobinho. Porém, como podemos ver no quadro abaixo, os locais de brincadeiras mudaram em relação ao passado.

Quadro do artigo

Embora as quadras poliesportivas sejam cada vez mais comuns, as ruas e os espaços improvisados ainda são locais importantes para a prática do futebol, mas com menor acesso. Além disso, merece destaque ainda a companhia de amigos em pequenos grupos e inclusive a prática de brincadeiras com bola de forma solitária em suas casas.

O futuro da Pedagogia da Rua

Apesar das mudanças no estilo de vida, a brincadeira de rua continua sendo uma parte importante da formação dos jogadores de futebol. É fundamental que as cidades ofereçam espaços seguros e adequados para que as crianças possam brincar livremente e desenvolver suas habilidades.

Professores e treinadores podem estimular essa prática mesmo em escolas, escolas esportivas e clubes. A cultura lúdica e a pedagogia da rua pode ser vivenciada também em aulas e treinamento, desde que o professor saiba resgatar as particularidades do ambiente informal de aprendizagem.

A pesquisa mostra que a Pedagogia da Rua ainda está viva e continua sendo uma fonte inesgotável de aprendizado para os futuros craques do futebol.

Conversamos com o autor do estudo no Ciência da Bola Lab e você confere abaixo a conversa.

Para ter acesso ao artigo completo, clique aqui

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Rodrigo Aquino

Rodrigo Aquino é professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua no Departamento de Desportos e como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado).

É líder do Grupo de Estudos Pesquisa em Ciências no Futebol (GECIF/UFES) e coordenador do Programa Academia e Futebol (Núcleo UFES), financiado pelo Ministério do Esporte. Seu trabalho envolve a coordenação de projetos técnico-científicos em parceria com categorias de base e equipes profissionais de futebol no Brasil.

Rodrigo é graduado em Educação Física e Esporte pela USP, com especialização em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado e doutorado em Ciências também pela USP. Acumula experiência prática no futebol desde 2015 como fisiologista e preparador físico em clubes profissionais, além de atuar como treinador e coordenador técnico em categorias de base. Reconhecido academicamente, está entre os 10 cientistas do esporte mais produtivos da América Latina em publicações científicas relacionadas ao futebol.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.