Estudo analisou o movimento dos membros inferiores em saltos de jogadores com reconstrução do LCA

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Um estudo realizado por pesquisadores do Irã, liderado pelo professor Moosareza Ghorban da Universidade de Guilan, publicado na revista científica BMC Sports Science, Medicine and Rehabilitation, investigou os efeitos da fadiga muscular em jogadores de futebol com reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA).

A pesquisa comparou a cinética dos membros inferiores – ou seja, o movimento das articulações – destes atletas com a de jogadores saudáveis durante a aterrissagem após um salto, tanto antes quanto depois de um protocolo de fadiga.

Por que o estudo foi realizado

Lesões do LCA são comuns no futebol, frequentemente resultando em cirurgia de reconstrução. Após a recuperação, muitos jogadores voltam ao esporte, mas a possibilidade de novas lesões permanece uma preocupação.

O estudo se propôs a entender se a fadiga muscular poderia aumentar o risco de novas lesões em jogadores que já passaram por uma reconstrução do LCA, comparando seus movimentos com os de atletas sem histórico de lesão.

Como o estudo foi conduzido

20 jogadores de futebol profissional participaram do estudo: 10 com reconstrução do LCA e 10 saudáveis. Usando um sistema de captura de movimento com quatro câmeras, os pesquisadores analisaram os ângulos das articulações do quadril, joelho e tornozelo durante a aterrissagem após saltos.

As medições foram feitas antes e depois de um protocolo de exercícios pliométricos (saltos e agachamentos), desenhado para induzir fadiga muscular.

Principais resultados

Antes do protocolo de fadiga, apenas a amplitude de movimento máximo do quadril não afetado e o ângulo do quadril afetado no primeiro contato com o solo apresentaram diferenças significativas entre os dois grupos.

Após o protocolo de fadiga, apenas os ângulos do quadril (tanto o afetado quanto o não afetado) no primeiro contato com o solo mostraram diferenças significativas entre os grupos.

Nenhuma diferença significativa foi encontrada em outras articulações (joelho e tornozelo) em relação à amplitude de movimento ou aos ângulos de contato, nem antes nem depois da fadiga.

Conclusões Práticas

O estudo sugere que, sob as condições testadas, a fadiga muscular induzida pelo protocolo pliométrico não causou mudanças significativas na cinética dos membros inferiores em jogadores de futebol com reconstrução do LCA, comparados a jogadores saudáveis.

Os resultados apontam para uma boa recuperação funcional nesses atletas, pelo menos em relação à biomecânica da aterrissagem após saltos.

No entanto, os autores ressaltam a necessidade de mais pesquisas, considerando que diferentes protocolos de fadiga, intensidades de exercícios e tipos de atividades podem levar a resultados distintos.

A limitação do estudo inclui a amostra ser apenas de jogadores de futebol e a realização dos testes em laboratório, o que pode não reproduzir fielmente as condições reais de jogo. Apesar disso, a pesquisa fornece evidências encorajadoras sobre a recuperação funcional de jogadores com reconstrução do LCA, mostrando que, em certas situações, a fadiga não parece aumentar significativamente o risco de novas lesões.

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