Estudo investigou a prevalência de transtornos alimentares e autopercepção em relação à Composição Corporal entre jogadores de Futebol

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Uma pesquisa recente publicada no “Journal of Human Kinetics” investigou a presença de risco de distúrbios alimentares e a forma como jogadores de futebol de elite percebem seus próprios corpos. O estudo foi conduzido por um grupo de pesquisa da Polônia, liderada pela pesquisadora Wiktoria Staśkiewicz-Barteckapor.

Por que o estudo foi realizado?

O principal objetivo do estudo era identificar a frequência com que o risco de distúrbios alimentares e a preocupação excessiva com alimentação saudável (ortorexia nervosa) apareciam em jogadores de futebol de alto nível.

Além disso, os pesquisadores buscavam entender como esses atletas se sentiam em relação aos seus corpos e se a quantidade de massa muscular e gordura influenciava esses aspectos.

Como foi realizado o estudo?

Os pesquisadores acompanharam 51 jogadores de Futebol de clubes de elite de diferentes nacionalidades com idade entre 19 e 36 anos, durante os meses de março e abril de 2024. Os atletas responderam a questionários que avaliavam o risco de desenvolver distúrbios alimentares (EAT-26), a tendência à ortorexia nervosa (DOS) e a satisfação com a própria imagem corporal (BES).

Paralelamente, foi realizada uma análise da composição corporal de cada jogador, medindo a massa muscular e a gordura através de um método chamado bioimpedância.

Principais Conclusões 

Os resultados do estudo revelaram que uma parcela significativa dos jogadores de futebol apresenta risco de desenvolver distúrbios alimentares. Mais da metade dos atletas mostrou sinais que indicam essa possibilidade.

A pesquisa também apontou que jogadores com maior quantidade de gordura corporal tinham um risco elevado de apresentar atitudes relacionadas a distúrbios alimentares.

Em relação à ortorexia nervosa, aproximadamente um terço dos jogadores apresentava risco. No entanto, não foi encontrada uma ligação direta entre a composição corporal e a tendência à ortorexia.

Quanto à imagem corporal, os jogadores geralmente tinham uma visão moderada de seus corpos, com avaliações positivas sobre a capacidade física, o desejo sexual e a saúde.

Contudo, foi observado que uma maior quantidade de gordura corporal estava associada a uma menor percepção da força na parte superior do corpo, sugerindo uma sensação de limitações físicas.

Implicações Práticas

Este estudo reforça a necessidade de atenção à saúde mental de jogadores de futebol de elite, com intervenções específicas para lidar com a alta incidência de risco de distúrbios alimentares.

É importante promover uma imagem corporal saudável e desmistificar a ideia de que existe uma forte relação entre a autoestima e a probabilidade de desenvolver distúrbios alimentares ou ortorexia nervosa. Os resultados sugerem que o acompanhamento psicológico e nutricional pode ser crucial para garantir o bem-estar desses atletas.

 
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