Uma pesquisa recente realizada por pesquisadores espanhóis liderada por Eider Barba do Institute Real Sociedad, investigou as diferenças na eficiência com que jogadores e jogadoras de futebol se movimentam durante partidas oficiais. O foco foi comparar como o esforço físico se traduz em deslocamento ao longo do jogo, considerando as variações ao longo do tempo. Os resultados desta investigação foram publicados na revista científica Kinesiology.
O principal objetivo dos pesquisadores era comparar medidas de carga física externa e a eficiência mecânica entre jogadores de futebol masculino e feminino. A análise considerou diferentes momentos das partidas, buscando identificar se existem padrões distintos entre os gêneros ao longo do jogo.
Como o estudo foi feito?
Para realizar a análise, os pesquisadores acompanharam equipes profissionais de futebol feminino e masculino durante partidas oficiais. Utilizando dispositivos GPS, foi possível monitorar a distância percorrida por minuto e o chamado “Player Load” por minuto – uma medida que quantifica a carga física do atleta com base em seus movimentos.
A “eficiência mecânica” foi calculada dividindo o Player Load pela distância percorrida. Os dados foram coletados e comparados em seis períodos de 15 minutos durante as partidas.
Principais conclusões práticas
As análises revelaram que, em todos os períodos do jogo, os jogadores de futebol masculino apresentaram valores mais altos de distância percorrida por minuto e de Player Load por minuto quando comparados com as jogadoras.
No entanto, a pesquisa não encontrou diferenças significativas na eficiência mecânica entre os gêneros. Outro achado importante foi que tanto em jogadores quanto em jogadoras, houve uma diminuição na distância percorrida por minuto e no Player Load por minuto nos períodos finais das partidas. Essa queda não ocorreu de forma uniforme, sugerindo um possível desacoplamento entre o esforço físico e a distância percorrida à medida que o jogo avança.
Os pesquisadores acreditam que essa observação pode estar relacionada à fadiga. Com base nos resultados, os autores sugerem que a análise da eficiência mecânica pode ser uma ferramenta útil para treinadores e preparadores físicos identificarem sinais de fadiga nos atletas durante as partidas.
Essa informação pode auxiliar na implementação de estratégias de intervenção, visando melhorar o desempenho ou planejar a recuperação dos jogadores de forma mais eficaz.