Análise dos pedidos de tempo técnico em jogos de Futsal

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João Vítor conversa com Vitor Lovato, treinador e um dos autores do artigo “Análise de tempos técnicos de equipe em partidas de futsal de alto rendimento: quando pedir e o que esperar?”.

O canal “Ciência da Bola” promoveu um debate aprofundado sobre um estudo pioneiro na área do futsal. O convidado, Vitor Lovato, apresentou sua pesquisa sobre a análise dos pedidos de tempo técnico na Liga Nacional de Futsal. Este artigo científico, publicado em uma prestigiada revista internacional, oferece dicas valiosos para a estratégia de jogo e o treinamento de futsal.

A pesquisa analisou 244 partidas e 735 ocorrências de tempo técnico. Um dos achados mais relevantes é que 75% dos pedidos de tempo foram feitos nos 10 minutos finais de cada período de jogo, com maior incidência no segundo tempo. Isso sugere que os treinadores de futsal utilizam essa ferramenta em momentos de maior impacto e decisão da partida.

O estudo destaca que a maioria dos tempos técnicos ocorreu quando as equipes estavam em desvantagem no placar, ou seja, perdendo ou empatadas. Nesses casos, houve uma melhora significativa no desempenho da equipe, com aumento nas tentativas de chute, redução de gols sofridos e maior probabilidade de marcar. Para Vitor Lovato, a intervenção do treinador nesse momento serve como um “reset” para a equipe, não apenas em termos estratégicos, mas também de ânimo e comportamento. Essa é uma descoberta fundamental para a tática de futsal e a aplicação prática da pesquisa.

Outro ponto importante é a eficácia dos pedidos de tempo em jogadas abertas (com a bola rolando) em comparação com situações de bola parada (jogadas ensaiadas). Isso ocorre porque as jogadas ensaiadas são exaustivamente praticadas durante a semana, permitindo que os treinadores utilizem o tempo para ajustar questões táticas e estratégicas do jogo corrido.

Os resultados deste estudo oferecem um valioso subsídio para a ciência do esporte aplicada ao futsal, permitindo que os treinadores aprimorem suas estratégias e maximizem a vantagem competitiva de suas equipes. É crucial, no entanto, que a aplicação desses achados seja feita considerando o contexto específico de cada equipe e categoria, como ressaltou Vitor Lovato.

Para continuar se aprofundando nos aspectos táticos ofensivos e defensivos do futsal, convidamos você a conhecer os cursos e materiais exclusivos do “Ciência da Bola”. Você também pode acompanhar o trabalho do treinador Vitor Lovato em suas redes sociais.

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Rodrigo Aquino

Rodrigo Aquino é professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua no Departamento de Desportos e como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado).

É líder do Grupo de Estudos Pesquisa em Ciências no Futebol (GECIF/UFES) e coordenador do Programa Academia e Futebol (Núcleo UFES), financiado pelo Ministério do Esporte. Seu trabalho envolve a coordenação de projetos técnico-científicos em parceria com categorias de base e equipes profissionais de futebol no Brasil.

Rodrigo é graduado em Educação Física e Esporte pela USP, com especialização em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado e doutorado em Ciências também pela USP. Acumula experiência prática no futebol desde 2015 como fisiologista e preparador físico em clubes profissionais, além de atuar como treinador e coordenador técnico em categorias de base. Reconhecido academicamente, está entre os 10 cientistas do esporte mais produtivos da América Latina em publicações científicas relacionadas ao futebol.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.