O microciclo influencia a carga externa e interna em jogadoras de futebol?

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Um novo estudo realizado por Manuel Posse-Álvarez e colaboradores da Universidade da Corunha e do Real Club Deportivo de La Coruña, na Espanha, investigou a influência do comprimento dos microciclos de treinamento no desempenho físico de jogadoras de futebol profissional.

A pesquisa, publicada na revista Biology of Sport, analisou dados de uma equipe da segunda divisão espanhola na temporada 2022-2023, buscando entender como a duração desses ciclos afeta a carga de trabalho, tanto externa (medidas objetivas de atividade física) quanto interna (percepção subjetiva do esforço).

Carga de Treinamento no Futebol Feminino

A crescente competitividade no futebol feminino exige um planejamento de treinamento mais preciso e eficiente. A falta de pesquisas específicas sobre a carga de trabalho em atletas mulheres, em comparação com os estudos já consolidados em jogadores masculinos, motivou essa investigação. Entender como as diferentes durações dos microciclos (períodos curtos de treinamento, geralmente de uma semana) impactam a intensidade e o volume do treinamento é crucial para otimizar o preparo físico, prevenir lesões e melhorar o rendimento das atletas.

Como o estudo foi realizado

O estudo analisou dados de 20 jogadoras profissionais. A carga de trabalho externa foi monitorada por meio de GPS, registrando distâncias percorridas, velocidades e acelerações durante treinos e jogos. A carga interna foi avaliada pela Escala de Percepção de Esforço (RPE), que mede a sensação subjetiva de cansaço das atletas. Os microciclos foram classificados em curtos (5-6 dias), regulares (7 dias) e longos (8-9 dias), permitindo a comparação da carga de trabalho em cada tipo.

Principais resultados

Os resultados indicaram que a duração do microciclo influencia significativamente a carga de treinamento nos dias centrais da semana (MD-4 e MD-3, sendo MD o dia da partida). Microciclos mais longos resultaram em maior volume e intensidade de atividades de corrida e mudanças de direção nesses dias.

Já em dias próximos à partida (MD-2 e MD-1), os microciclos curtos mostraram maior intensidade de sprints, possivelmente devido a adaptações estratégicas de treinamento para compensar o menor tempo de preparação.

No dia após o jogo (MD+1), os microciclos curtos apresentaram maior volume de trabalho de compensação.

Conclusão prática

Para treinadores e preparadores físicos, as conclusões sugerem que a duração do microciclo deve ser considerada ao planejar a carga de treinamento. Microciclos mais longos permitem maior volume e intensidade, especialmente nos dias centrais da semana, mas requerem um gerenciamento cuidadoso da recuperação.

Microciclos mais curtos podem exigir adaptações na distribuição da carga de trabalho para manter a preparação física e o rendimento das jogadoras. É fundamental que o planejamento seja individualizado e considere as características específicas de cada atleta e as demandas da competição.

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