Tratamentos para dor crônica em jogadores de Futebol

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Um estudo em formato de revisão integrativa analisou a eficácia de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos na gestão da dor crônica em jogadores de futebol. A investigação foi realizada por pesquisadores brasileiros e foi publicado em 2025 na Revista Eletrônica Acervo Científico.

Objetivo do estudo

O foco principal foi avaliar a eficácia das abordagens farmacológicas e não farmacológicas no manejo da dor crônica em jogadores de futebol, bem como seus impactos na qualidade de vida e no desempenho atlético. A pesquisa também buscou explorar os efeitos a longo prazo dessas intervenções para formular recomendações clínicas.

Como o estudo realizado?

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, que seguiu seis fases. Uma busca sistemática foi realizada nas bases de dados e encontrou 473 artigos inicialmente, destes, 10 foram selecionados para a análise final, seguindo os critérios de inclusão.

Principais resultados

Um dos principais resultados encontrados é que as intervenções não farmacológicas, como reabilitação funcional e eletroterapia, demonstraram ser mais eficazes na redução da dor e na melhoria do desempenho físico em comparação com os tratamentos farmacológicos isolados. Um dos estudos relatou até 30% de melhora em testes funcionais e uma redução notável na escala de dor  após seis semanas de tratamento não farmacológico. Isso indica que essas abordagens não só aliviam a dor, mas também restauram a função e melhoram a qualidade de vida dos atletas.

Já a reabilitação progressiva e a estimulação neuromuscular, por exemplo, contribuem para um retorno seguro ao esporte com menor taxa de recorrência de sintomas dolorosos. A realidade virtual também se mostrou promissora para o tratamento da dor lombar crônica, sendo mais eficaz que a fisioterapia convencional na redução da cinesiofobia (medo do movimento) e na modulação hormonal, além de promover o engajamento ativo dos atletas.

Em contraste, os tratamentos farmacológicos, como analgésicos e anti-inflamatórios, ofereceram alívio imediato, mas com riscos e eficácia limitada a longo prazo. O uso prolongado de anti-inflamatórios não esteroides pode mascarar sintomas importantes, dificultar o diagnóstico de lesões estruturais e agravar a condição física e emocional do atleta.

Conclusões

As estratégias integradas, que combinam farmacoterapia pontual com reabilitação funcional estruturada, foram as mais eficazes, resultando em melhor recuperação e um tempo médio de retorno ao esporte de 49 dias.

Essa combinação permite o alívio sintomático imediato enquanto promove o recondicionamento biomecânico e psicofísico, reduzindo o risco de recorrência e o impacto emocional sobre o atleta. A adoção de intervenções individualizadas, interdisciplinares e centradas no atleta, considerando suas dimensões físicas, emocionais e funcionais, são fundamentais para garantir resultados mais seguros e duradouros no esporte de alto rendimento.

O artigo completo está disponível clicando aqui

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João Bonfatti

João Bonfatti atualmente trabalha como Coordenador do setor de Análise de Desempenho no América-MG. Antes disso, teve passagens pelo Vasco da Gama, onde atuou em diferentes categorias: foi auxiliar técnico do Sub-20, treinador interino do Sub-17 e auxiliar técnico do Sub-17.

Atuou também pelo Atlético-MG, onde desempenhou o papel de auxiliar técnico do Sub-15. No Corinthians, auxiliar técnico do Sub-14, além de exercer a função de supervisor metodológico.

Sua formação inclui o Bacharelado em Futebol pela Universidade Federal de Viçosa e a Licença B da CBF Academy, o que reforça sua base teórica e prática no desenvolvimento de atletas.

Felipe Bonholi

Felipe Bonholi integra a equipe do Palmeiras como Analista de Desempenho no Centro de Formação de Atletas (CFA), contribuindo para o desenvolvimento e acompanhamento de jovens talentos.

Antes disso, acumulou cinco anos de experiência na Ferroviária, onde atuou como Analista de Desempenho da equipe profissional, e no São Carlos Futebol Clube na mesma função.

Sua formação acadêmica inclui Bacharelado em Administração de Empresas pela UNIARA (2014–2017) e graduação em andamento em Educação Física pela mesma instituição, iniciada em 2019.

Com sólida base teórica e ampla experiência prática, Felipe Bonholi se destaca por sua capacidade de integrar análise técnica, gestão e visão estratégica no contexto esportivo, contribuindo para o desempenho e evolução de atletas e equipes.

Mylena Baransk

Mylena Baransk é doutora em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná e mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, onde também concluiu sua graduação em Educação Física – Bacharelado. Especialista em futsal com foco em análise de desempenho, atuou como docente em cursos do ensino superior e analista de desempenho no futebol.

Atualmente, exerce a função de analista de desempenho no Clube Atlético Mineiro, onde trabalha desde agosto de 2024. Antes disso, desempenhou a mesma função na Associação Ferroviária de Esportes entre março e agosto de 2024, atuando em Araraquara, São Paulo.

Além da atuação em clubes, possui experiência acadêmica como docente, tendo lecionado na UniCesumar entre julho e outubro de 2023, em Curitiba, Paraná. Também foi professora na UNIFATEB, onde atuou por quase três anos, de fevereiro de 2021 a outubro de 2023, em Telêmaco Borba, Paraná.

Com forte presença na área de análise de desempenho no futebol, também é CEO da Statisticsfut, onde se dedica ao desenvolvimento de conteúdos e estratégias voltadas à análise estatística e desempenho esportivo.

Nathália Arnosti

Nathália Arnosti é uma profissional de destaque na área de Fisiologia do Esporte e Preparação Física, com sólida formação acadêmica e ampla experiência no futebol brasileiro.

Bacharel e mestre em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba e doutora pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ela construiu uma carreira marcada pela integração entre ciência e prática esportiva.

No cenário dos clubes, já contribuiu com equipes como Athletico Paranaense, Red Bull Bragantino, Palmeiras, Audax, Ferroviária e Ponte Preta. Em janeiro de 2024, assumiu o cargo de fisiologista do Cruzeiro, reforçando seu papel como referência no acompanhamento e otimização do desempenho esportivo.

Rodrigo Aquino

Rodrigo Aquino é professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua no Departamento de Desportos e como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado).

É líder do Grupo de Estudos Pesquisa em Ciências no Futebol (GECIF/UFES) e coordenador do Programa Academia e Futebol (Núcleo UFES), financiado pelo Ministério do Esporte. Seu trabalho envolve a coordenação de projetos técnico-científicos em parceria com categorias de base e equipes profissionais de futebol no Brasil.

Rodrigo é graduado em Educação Física e Esporte pela USP, com especialização em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado e doutorado em Ciências também pela USP. Acumula experiência prática no futebol desde 2015 como fisiologista e preparador físico em clubes profissionais, além de atuar como treinador e coordenador técnico em categorias de base. Reconhecido academicamente, está entre os 10 cientistas do esporte mais produtivos da América Latina em publicações científicas relacionadas ao futebol.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.