Suplementos proteicos para jogadores de futebol

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Foto por Kampus Production/Pexels

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A nutrição esportiva é um aspecto importantíssimo para o desempenho dos atletas. Uma prática bastante comum entre jogadores de futebol é o uso de suplementos proteicos, a fim de melhorar a recuperação muscular e chegar na quantidade necessária de proteínas por dia, que, muitas das vezes, não é alcançada através da alimentação. No entanto, na grande maioria das vezes, essa suplementação não é devidamente prescrita por médicos ou nutricionistas e acabam por prejudicar o indivíduo que pensa estar se beneficiando com o suplemento.

No texto de hoje abordaremos as consequências não só do uso desses suplementos sem a indicação, mas, também, de uma dieta excessivamente proteica. Vem comigo!

Proteínas no nosso organismo

No nosso intestino existe uma grande quantidade de bactérias dos mais variados tipos, que auxiliam na digestão e absorção de nutrientes, sustentando suas espécies através dos alimentos ofertados. Em outras palavras, uma alimentação predominantemente proteica irá estimular a manutenção da vida de bactérias específicas a digestão e absorção deste tipo de nutriente. Como consequência dessa baixa diversidade de bactérias intestinais, temos uma significativa queda no rendimento do atleta. Além disso, podem significar também uma piora em quadros de lesões, queda de imunidade e, até mesmo, prejuízos psicológicos.

Quais os prejuízos de uma alimentação excessivamente proteica?

Primeiramente, a maior parte de proteínas absorvidas ao longo do nosso dia é de origem animal. Como as bactérias responsáveis por auxiliar no processo de digestão desse nutriente, em específico de origem animal, são produtoras de citocinas pró inflamatórias, temos como resultado uma inflamação sistêmica.

Outro ponto relevante sobre as proteínas é que elas são metabolizadas no fígado. Portanto, uma ingesta exagerada desse nutriente conseguiria ocasionar uma sobrecarga nas atividades hepáticas a longo prazo, podendo causar problemas nesse órgão.

Algo que poucas pessoas se atentam também, é que, ao contrário dos carboidratos, por exemplo, nosso corpo não consegue armazenar aminoácidos para formação de proteínas. Dessa forma, não importa a quantidade de proteínas que você ingira, seu corpo utiliza o necessário e elimina o restante através da urina, o que também pode resultar em sobrecargas renais.

Atualmente, o assunto intestino X performance tem sido base para diversos estudos, de modo a entender o quanto a saúde intestinal pode influenciar no rendimento dos jogadores de futebol. Não por acaso, observamos uma valorização da psicologia no futebol de alto rendimento como tendencia nos últimos anos. Isto se deve ao fato de pesquisas recentes terem demonstrado ampla ligação do eixo intestino-cérebro com o desempenho.

Suplementos proteicos

Quando se trata de performance, seja ela profissional ou amadora, o excesso de proteínas de origem animal pode levar a um quadro de inflamação sistêmica e, consequente, queda no desempenho, além de provocar uma possível sobrecarga hepática e uma urina bem cara! Em contrapartida, o uso de suplementos proteicos auxilia na praticidade de uma refeição. Dessa forma, o ideal é buscar a ajuda de um profissional qualificado para ajustar a exata quantidade de cada nutriente.

Contato do autor:
Instagram: @otaviohenriquenut


Confira abaixo um episódio do Podcast sobre o assunto:

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Rodrigo Aquino

Rodrigo Aquino é professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua no Departamento de Desportos e como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado).

É líder do Grupo de Estudos Pesquisa em Ciências no Futebol (GECIF/UFES) e coordenador do Programa Academia e Futebol (Núcleo UFES), financiado pelo Ministério do Esporte. Seu trabalho envolve a coordenação de projetos técnico-científicos em parceria com categorias de base e equipes profissionais de futebol no Brasil.

Rodrigo é graduado em Educação Física e Esporte pela USP, com especialização em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado e doutorado em Ciências também pela USP. Acumula experiência prática no futebol desde 2015 como fisiologista e preparador físico em clubes profissionais, além de atuar como treinador e coordenador técnico em categorias de base. Reconhecido academicamente, está entre os 10 cientistas do esporte mais produtivos da América Latina em publicações científicas relacionadas ao futebol.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.