Futsal: Características do sistema tático ofensivo 3.1

Data:

Foto de Ian Lee na Unsplash

Compartilhe:

O sistema tático ofensivo de uma equipe nada mais é que a distribuição dos atletas na quadra de jogo com o objetivo de propiciar, de forma organizada, a possibilidade de marcar um gol. Além disso, os sistemas de jogo de ataque visam facilitar tanto as situações coletivas – como a troca de passes e a ocupação efetiva de espaços; e situações individuais, buscando deixar jogadores mais habilidosos em melhores condições para o 1×1 (um contra um). De antemão, é sempre necessário lembrarmos que:

“Não existe melhor ou pior sistema tático ofensivo!”

A princípio, nós já falamos aqui sobre os principais sistemas táticos ofensivos do Futsal. Do mesmo modo, vimos que é de suma importância a definição de um desenho ofensivo que melhor se adeque à equipe. Assim sendo, hoje falaremos sobre as principais características do desenho ofensivo 3.1 (três-um).  

Fonte: criado pelo autor por TacticalPad

Distribuição das linhas do sistema 3.1

Em primeiro lugar, muitos avanços táticos no Futsal ocorreram a partir do desenvolvimento, versatilidade e eficácia do sistema 3.1. Nesse sentido, o 3.1 é um dos desenhos que os treinadores mais utilizam, pois, a partir dele, é possível realizar inúmeras jogadas ensaiadas, bem como atribuir diversas variações aos famosos “rodízios” de três e quatro jogadores.

Para tanto, o desenho 3.1 distribui suas linhas da seguinte forma:

  • A 1ª (primeira) linha é composta por um atleta, na qual, tanto o fixo quanto um dos alas ocupam a posição. Assim, o atleta que preenche este espaço tem função de armador.
  • A 2ª (segunda) linha, denominada linha de apoio, é composta por dois atletas. Por sua vez, é responsável pelas buscas e aproximações, que tendem facilitar a mobilidade da equipe, bem como assegurar o processo de posse de bola eficaz. Em suma, os alas, normalmente, ocupam esta linha.
  • A 3ª (terceira) linha, ou linha de sustentação ofensiva, é muito importante, devido a sua especificidade. Geralmente o pivô é o responsável por ocupar a linha, o qual, na maioria das vezes, atua de costas para o gol adversário. Assim, devido as características particulares, a posição de pivô requer atenção especial no que diz respeito ao jogo ofensivo.
Fonte: criado pelo autor por TacticalPad

Sistema 3.1 com sustentação ofensiva nas alas

O sistema tático 3.1 com sustentação ofensiva nas alas forma uma espécie de braço alongado para o ataque. Logo, este sistema possibilita as mais diversas formas de evolução ofensiva, dado que o pivô ganha mais liberdade para movimentar-se.

Ainda assim, o sistema 3.1, sem pivô de referência, possibilita movimentações dos quatro jogadores de linha na quadra. Nesse sentido, é possível ocorrer a rotação dos jogadores das 1ª e 2ª linhas para se infiltrarem na zona defensiva adversária; e do atleta, que antes ocupara a 3ª linha, recuar para o apoio ou armação.

Fonte: criado pelo autor por TacticalPad

Condições para aplicação do sistema tático ofensivo 3.1

Alguns autores defendem que os treinadores devam utilizar este sistema em quadras com dimensões média e grande, pois, acreditam que facilita o jogo de pivô, com infiltrações e tabelas. Contudo, não faremos juízo de valor quanto a essa questão. Fato é que, no sistema 3.1, os atletas se movimentam muito, portanto, acreditamos que equipes mal preparadas fisicamente ou que não possuam um plantel hábil para atacar, marcar e armar com a mesma eficácia, não devem utilizar o sistema.

Links de Referência

  • Futsal – Da Formação ao Alto Rendimento: Métodos e Processos do Treinamento

Para receber conteúdos como esse em seu e-mail, participe da nossa Newsletter.

spot_img
spot_img

Posts Relacionados

Tratamentos para dor crônica em jogadores de Futebol

Um estudo em formato de revisão integrativa analisou a eficácia de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos na gestão...

Cafeína aumenta atividade cardíaca e precisão de passes em Jogos reduzidos de futebol

Uma pesquisa recente, publicada no Journal of National Kinesiology, conduzida por pesquisadores turcos, examinou os efeitos da ingestão de...

Modelo preditivo identifica risco de lesões nos isquiotibiais em jogadores de futebol

Um estudo publicado nos Annals of Medicine, criou um modelo para prever o risco de lesões musculares nos...

“Futebol Andando” uma alternativa com benefícios para praticantes idosos

Um estudo recente destaca o "futebol andando" (Walking Football - WF) como uma forma adaptada de futebol que...

Rodrigo Aquino

Rodrigo Aquino é professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua no Departamento de Desportos e como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado).

É líder do Grupo de Estudos Pesquisa em Ciências no Futebol (GECIF/UFES) e coordenador do Programa Academia e Futebol (Núcleo UFES), financiado pelo Ministério do Esporte. Seu trabalho envolve a coordenação de projetos técnico-científicos em parceria com categorias de base e equipes profissionais de futebol no Brasil.

Rodrigo é graduado em Educação Física e Esporte pela USP, com especialização em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado e doutorado em Ciências também pela USP. Acumula experiência prática no futebol desde 2015 como fisiologista e preparador físico em clubes profissionais, além de atuar como treinador e coordenador técnico em categorias de base. Reconhecido academicamente, está entre os 10 cientistas do esporte mais produtivos da América Latina em publicações científicas relacionadas ao futebol.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.