Jogador de Futebol perde peso durante o jogo?

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Foto por Aldrin Rachman Pradana na Unsplash

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Um dia após o jogo entre Flamengo e Atlético Mineiro pela Copa do Brasil de 2022, o Globo Esporte publicou uma matéria sobre o atacante Hulk, atleta que vem chamando atenção pelo nível elevado de performance desde que voltou ao Brasil. Na reportagem, o autor destaca a grande perda de peso sofrida pelo jogador ao término da partida, e sua demora para deixar as instalações do Maracanã, já que foi sorteado para fazer o exame antidoping e encontrou grande dificuldade em urinar nas horas que sucederam o espetáculo. Vale lembrar que essa não é a primeira vez que Hulk chama atenção pela perda de peso pós-jogo. Em 2021, o atleta foi tema de outra matéria do GE, pois chegava a perder até 5 kg por partida.

Hulk perdeu 6 kg de quê?

Direto ao ponto: água e glicogênio muscular, sendo a maior parte do peso perdido por desidratação. Em um jogo de futebol profissional, é normal e desejável que o atleta perca até 2% do seu peso através do suor, visto que, transpirar é importante para a termorregulação do nosso corpo. No entanto, a reidratação deve ser constante durante a atividade e se estende ao final da partida, quando o jogador inicia, ainda no vestiário, sua recuperação hídrica.

O jogador pode chegar a tomar até 32 copos de água nas horas que sucedem o jogo, seguindo a recomendação de recuperar o peso hídrico perdido ao longo da partida em até 4 horas pós termino do jogo. Além disso, é indicado que em até 2 dias seu peso total esteja o mesmo de quando iniciou a partida passada.

Segundo a literatura, perdas maiores do que 2% já podem comprometer o rendimento do indivíduo. Nesse caso em específico, Hulk parece ter uma predisposição maior à sudorese, e além disso, é um jogador que possui muita massa muscular, algo que, ajuda a aumentar sua temperatura corporal, fazendo com que ele precise transpire mais para se manter numa temperatura ideal.

O que influencia na desidratação do jogador?

Dentre os principais fatores que podemos destacar estão:

  • Condições climáticas (principalmente temperatura e umidade relativa do ar)
  • Importância da partida
  • Nível e característica do adversário
  • Estado do gramado
  • Posição e características do atleta
  • Estratégias táticas
  • Posse de bola

Como evitar a desidratação do jogador de futebol?

É necessário que se tenha em mente que a desidratação acarreta inúmeros prejuízos técnicos, cognitivos e motores em campo. Além do mais, coloca em risco a saúde desses atletas que são considerados desidratados crônicos. Portanto, nutricionistas e profissionais da saúde dos clubes, devem estar sempre atentos aos parâmetros bioquímicos para não haver carência de nenhum mineral perdido através do suor, garantindo assim sua saúde e máxima performance.

Autor: Otávio Henrique Ferreira

Formação: Nutricionista pós graduado em Nutrição Esportiva

Contato: @nutricionistaotaviohenrique

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João Bonfatti

João Bonfatti atualmente trabalha como Coordenador do setor de Análise de Desempenho no América-MG. Antes disso, teve passagens pelo Vasco da Gama, onde atuou em diferentes categorias: foi auxiliar técnico do Sub-20, treinador interino do Sub-17 e auxiliar técnico do Sub-17.

Atuou também pelo Atlético-MG, onde desempenhou o papel de auxiliar técnico do Sub-15. No Corinthians, auxiliar técnico do Sub-14, além de exercer a função de supervisor metodológico.

Sua formação inclui o Bacharelado em Futebol pela Universidade Federal de Viçosa e a Licença B da CBF Academy, o que reforça sua base teórica e prática no desenvolvimento de atletas.

Felipe Bonholi

Felipe Bonholi integra a equipe do Palmeiras como Analista de Desempenho no Centro de Formação de Atletas (CFA), contribuindo para o desenvolvimento e acompanhamento de jovens talentos.

Antes disso, acumulou cinco anos de experiência na Ferroviária, onde atuou como Analista de Desempenho da equipe profissional, e no São Carlos Futebol Clube na mesma função.

Sua formação acadêmica inclui Bacharelado em Administração de Empresas pela UNIARA (2014–2017) e graduação em andamento em Educação Física pela mesma instituição, iniciada em 2019.

Com sólida base teórica e ampla experiência prática, Felipe Bonholi se destaca por sua capacidade de integrar análise técnica, gestão e visão estratégica no contexto esportivo, contribuindo para o desempenho e evolução de atletas e equipes.

Mylena Baransk

Mylena Baransk é doutora em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná e mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, onde também concluiu sua graduação em Educação Física – Bacharelado. Especialista em futsal com foco em análise de desempenho, atuou como docente em cursos do ensino superior e analista de desempenho no futebol.

Atualmente, exerce a função de analista de desempenho no Clube Atlético Mineiro, onde trabalha desde agosto de 2024. Antes disso, desempenhou a mesma função na Associação Ferroviária de Esportes entre março e agosto de 2024, atuando em Araraquara, São Paulo.

Além da atuação em clubes, possui experiência acadêmica como docente, tendo lecionado na UniCesumar entre julho e outubro de 2023, em Curitiba, Paraná. Também foi professora na UNIFATEB, onde atuou por quase três anos, de fevereiro de 2021 a outubro de 2023, em Telêmaco Borba, Paraná.

Com forte presença na área de análise de desempenho no futebol, também é CEO da Statisticsfut, onde se dedica ao desenvolvimento de conteúdos e estratégias voltadas à análise estatística e desempenho esportivo.

Nathália Arnosti

Nathália Arnosti é uma profissional de destaque na área de Fisiologia do Esporte e Preparação Física, com sólida formação acadêmica e ampla experiência no futebol brasileiro.

Bacharel e mestre em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba e doutora pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ela construiu uma carreira marcada pela integração entre ciência e prática esportiva.

No cenário dos clubes, já contribuiu com equipes como Athletico Paranaense, Red Bull Bragantino, Palmeiras, Audax, Ferroviária e Ponte Preta. Em janeiro de 2024, assumiu o cargo de fisiologista do Cruzeiro, reforçando seu papel como referência no acompanhamento e otimização do desempenho esportivo.

Rodrigo Aquino

Rodrigo Aquino é professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua no Departamento de Desportos e como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado).

É líder do Grupo de Estudos Pesquisa em Ciências no Futebol (GECIF/UFES) e coordenador do Programa Academia e Futebol (Núcleo UFES), financiado pelo Ministério do Esporte. Seu trabalho envolve a coordenação de projetos técnico-científicos em parceria com categorias de base e equipes profissionais de futebol no Brasil.

Rodrigo é graduado em Educação Física e Esporte pela USP, com especialização em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado e doutorado em Ciências também pela USP. Acumula experiência prática no futebol desde 2015 como fisiologista e preparador físico em clubes profissionais, além de atuar como treinador e coordenador técnico em categorias de base. Reconhecido academicamente, está entre os 10 cientistas do esporte mais produtivos da América Latina em publicações científicas relacionadas ao futebol.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.