O que os jogadores de futebol devem comer antes das partidas?

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A alimentação pré-jogo tem um papel fundamental no desempenho dos jogadores de futebol. O que os atletas consomem nas horas que antecedem uma partida pode influenciar diretamente a sua energia, resistência e capacidade de recuperação durante o jogo.

Escolher corretamente os alimentos para esse momento, é crucial para garantir que o corpo tenha o combustível necessário para encarar os 90 minutos de jogo com intensidade máxima. Mas como todo esse processo é realizado? Vamos entender neste texto.

O que é a nutrição pré-jogo?

A nutrição pré-jogo refere-se à ingestão de alimentos e líquidos que ocorrem nas horas que antecedem uma partida de futebol. Seu principal objetivo é garantir que o jogador tenha reservas de energia adequadas, sem desconforto gastrointestinal ou sensação de cansaço. As escolhas alimentares devem ser feitas estrategicamente, levando em consideração o tempo até o início do jogo, a digestibilidade dos alimentos e as necessidades específicas de cada jogador.

Por que a nutrição pré-jogo é importante?

Durante uma partida de futebol, os atletas precisam realizar sprints rápidos, mudanças de direção, saltos e, ao mesmo tempo, manter a concentração. Tudo isso demanda uma quantidade significativa de energia, especialmente vinda dos estoques de glicogênio (a forma armazenada de carboidratos no corpo). Um estoque de glicogênio inadequado pode resultar em fadiga precoce e queda de desempenho, impactando diretamente a performance do jogador e o resultado da equipe.

O que comer antes de uma partida?

Para garantir o melhor desempenho em campo, a alimentação pré-jogo deve ser composta por refeições ricas em carboidratos, moderadas em proteínas e baixas em gorduras e fibras. Esses macronutrientes são essenciais para fornecer energia e prevenir desconfortos digestivos.

Carboidratos
Os carboidratos são a principal fonte de energia para os músculos durante o exercício. Alimentos como massas, pães, batatas, arroz e frutas são boas opções para serem consumidos algumas horas antes da partida. Eles são facilmente digeridos, potencializam o armazenamento de glicogênio muscular e hepático. Além de ajudar a manter os níveis de glicose sanguínea estáveis durante o jogo.

Proteínas
As proteínas são importantes para o reparo e manutenção dos tecidos musculares, mas devem ser consumidas com moderação no pré-jogo. Boas fontes incluem carnes magras, peixes, ovos e laticínios, que não causam desconforto gastrointestinal quando consumidos em pequenas porções.

Baixa ingestão de gorduras e fibras
Alimentos ricos em gordura e fibras podem retardar a digestão e causar desconforto, como sensação de estufamento ou gases. Por isso, devem ser evitados antes do jogo. Alimentos como castanhas, abacate, frituras e vegetais crucíferos não são indicados nesse momento.

Quando comer antes do jogo?

O timing da refeição pré-jogo é tão importante quanto a composição do prato. O ideal é que a última refeição completa seja feita de 3 a 4 horas antes do início da partida, para que o corpo tenha tempo de digerir adequadamente os alimentos e liberar energia. Próximo ao horário do jogo, uma pequena refeição ou lanche leve pode ser consumido 1 a 2 horas antes, desde que seja de fácil digestão.

A nutrição pré-jogo é uma ferramenta poderosa para garantir que os jogadores de futebol tenham a energia e a concentração necessárias para dar o melhor de si em campo. Ao focar em carboidratos de fácil digestão, moderar a ingestão de proteínas e evitar gorduras e fibras em excesso, os atletas podem otimizar seu desempenho e evitar quedas de energia durante a partida. Com uma alimentação bem planejada e personalizada, os atletas podem maximizar seu potencial e contribuir para o sucesso da equipe.

Referências:

R. Abreu, P. Figueiredo, P. Beckert, et al. (2021). Declaração de consenso da Federação Portuguesa de Futebol. BMJ Open Sport & Exercise Medicine.

Karol, D., Anna, K., Aleksandra Z., Malgorzata S. (2022). Como os jogadores de futebol do sexo masculino atendem às recomendações dietéticas? Uma revisão sistemática da literatura. Revista Internacional de Pesquisa Ambiental e Saúde Pública. 19(15), 9561.

AUTOR:

Nutricionista Geraildo Junior

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João Bonfatti

João Bonfatti atualmente trabalha como Coordenador do setor de Análise de Desempenho no América-MG. Antes disso, teve passagens pelo Vasco da Gama, onde atuou em diferentes categorias: foi auxiliar técnico do Sub-20, treinador interino do Sub-17 e auxiliar técnico do Sub-17.

Atuou também pelo Atlético-MG, onde desempenhou o papel de auxiliar técnico do Sub-15. No Corinthians, auxiliar técnico do Sub-14, além de exercer a função de supervisor metodológico.

Sua formação inclui o Bacharelado em Futebol pela Universidade Federal de Viçosa e a Licença B da CBF Academy, o que reforça sua base teórica e prática no desenvolvimento de atletas.

Felipe Bonholi

Felipe Bonholi integra a equipe do Palmeiras como Analista de Desempenho no Centro de Formação de Atletas (CFA), contribuindo para o desenvolvimento e acompanhamento de jovens talentos.

Antes disso, acumulou cinco anos de experiência na Ferroviária, onde atuou como Analista de Desempenho da equipe profissional, e no São Carlos Futebol Clube na mesma função.

Sua formação acadêmica inclui Bacharelado em Administração de Empresas pela UNIARA (2014–2017) e graduação em andamento em Educação Física pela mesma instituição, iniciada em 2019.

Com sólida base teórica e ampla experiência prática, Felipe Bonholi se destaca por sua capacidade de integrar análise técnica, gestão e visão estratégica no contexto esportivo, contribuindo para o desempenho e evolução de atletas e equipes.

Mylena Baransk

Mylena Baransk é doutora em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná e mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, onde também concluiu sua graduação em Educação Física – Bacharelado. Especialista em futsal com foco em análise de desempenho, atuou como docente em cursos do ensino superior e analista de desempenho no futebol.

Atualmente, exerce a função de analista de desempenho no Clube Atlético Mineiro, onde trabalha desde agosto de 2024. Antes disso, desempenhou a mesma função na Associação Ferroviária de Esportes entre março e agosto de 2024, atuando em Araraquara, São Paulo.

Além da atuação em clubes, possui experiência acadêmica como docente, tendo lecionado na UniCesumar entre julho e outubro de 2023, em Curitiba, Paraná. Também foi professora na UNIFATEB, onde atuou por quase três anos, de fevereiro de 2021 a outubro de 2023, em Telêmaco Borba, Paraná.

Com forte presença na área de análise de desempenho no futebol, também é CEO da Statisticsfut, onde se dedica ao desenvolvimento de conteúdos e estratégias voltadas à análise estatística e desempenho esportivo.

Nathália Arnosti

Nathália Arnosti é uma profissional de destaque na área de Fisiologia do Esporte e Preparação Física, com sólida formação acadêmica e ampla experiência no futebol brasileiro.

Bacharel e mestre em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba e doutora pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ela construiu uma carreira marcada pela integração entre ciência e prática esportiva.

No cenário dos clubes, já contribuiu com equipes como Athletico Paranaense, Red Bull Bragantino, Palmeiras, Audax, Ferroviária e Ponte Preta. Em janeiro de 2024, assumiu o cargo de fisiologista do Cruzeiro, reforçando seu papel como referência no acompanhamento e otimização do desempenho esportivo.

Rodrigo Aquino

Rodrigo Aquino é professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua no Departamento de Desportos e como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado).

É líder do Grupo de Estudos Pesquisa em Ciências no Futebol (GECIF/UFES) e coordenador do Programa Academia e Futebol (Núcleo UFES), financiado pelo Ministério do Esporte. Seu trabalho envolve a coordenação de projetos técnico-científicos em parceria com categorias de base e equipes profissionais de futebol no Brasil.

Rodrigo é graduado em Educação Física e Esporte pela USP, com especialização em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado e doutorado em Ciências também pela USP. Acumula experiência prática no futebol desde 2015 como fisiologista e preparador físico em clubes profissionais, além de atuar como treinador e coordenador técnico em categorias de base. Reconhecido academicamente, está entre os 10 cientistas do esporte mais produtivos da América Latina em publicações científicas relacionadas ao futebol.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.