Como funciona o modelo Clube-Empresa?

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Foto de Marty O’Neill na Unsplash

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O modelo de gestão utilizado pela maioria dos clubes sempre foi o associativo, onde muitos funcionários não possuem cargos remunerados. Além disso, pessoas de confiança do presidente e de conselheiros costumam ocupar esses cargos importantes, e muitas vezes nenhum deles possuem formação na área. Mas e como funciona o modelo de clube-empresa?

Por outro lado, dentre várias particularidades, no modelo clube-empresa prevê-se a ocupação e remuneração dos cargos por profissionais da área, além da possibilidade de renegociação de dívidas dos clubes. Além disso, no modelo clube-empresa os dirigentes sofrem penalidades em caso de irregularidades, o que não acontece no modelo associativo. E ainda, a gestão dos clubes pode assumir caráter de sociedade anônima ou limitada, com apenas um sócio ou com vários sócios investidores, e ainda pode conter ações na bolsa de valores.

Em novembro de 2019, a Câmara dos Deputados aprovou Projeto de Lei 5082/1, que incentiva a criação de clube-empresa. O projeto seguiu para o Senado Federal, entretanto a pandemia do Covid-19 atrasou o processo que deve retomar para votação ainda este ano. É importante ressaltar que caso haja a aprovação do projeto, os clubes não terão obrigatoriedade em adotar o novo modelo. Cada clube poderá optar pelo modelo que preferir e poderá mudar para o modelo de clube-empresa caso ache necessário.

Clube-empresa na Europa

Segundo estudos europeus, 96% de 202 clubes da primeira e segunda divisão das ligas europeias são clube-empresa. Alguns clubes europeus possuem um único dono, como são os casos do Bayer Leverkusen, RB Leipezig, Wolfsburg e Arsenal. Já outros clubes possuem mais de um sócio, como o Bayer de Munique, a Inter de Milão, o Manchester City entre outros.

Mas vale destacar que o modelo clube-empresa não necessariamente significa um sucesso do clube a mil maravilhas. Há décadas atrás a Fiorentina, da Itália, viu seu modelo ir à falência. O clube precisou se reerguer a partir da quarta divisão italiana, devido a uma gestão desastrosa que prejudicou o clube.

Por fim, é preciso entender que independente do modelo, o mais importante é que a gestão do clube seja a mais profissional possível. É por isso que Barcelona e Real Madrid são grandes exemplos de que modelos associativos podem ter boas gestões se forem profissionais.

Contato da autora – Instagram: @borges_aline08

Confira um episódio do Podcast Ciência da Bola que fala sobre o assunto:

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Rodrigo Aquino

Rodrigo Aquino é professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua no Departamento de Desportos e como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado).

É líder do Grupo de Estudos Pesquisa em Ciências no Futebol (GECIF/UFES) e coordenador do Programa Academia e Futebol (Núcleo UFES), financiado pelo Ministério do Esporte. Seu trabalho envolve a coordenação de projetos técnico-científicos em parceria com categorias de base e equipes profissionais de futebol no Brasil.

Rodrigo é graduado em Educação Física e Esporte pela USP, com especialização em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado e doutorado em Ciências também pela USP. Acumula experiência prática no futebol desde 2015 como fisiologista e preparador físico em clubes profissionais, além de atuar como treinador e coordenador técnico em categorias de base. Reconhecido academicamente, está entre os 10 cientistas do esporte mais produtivos da América Latina em publicações científicas relacionadas ao futebol.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.