Cafeína aumenta atividade cardíaca e precisão de passes em Jogos reduzidos de futebol

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Uma pesquisa recente, publicada no Journal of National Kinesiology, conduzida por pesquisadores turcos, examinou os efeitos da ingestão de cafeína sobre as respostas fisiológicas e o desempenho técnico durante jogos reduzidos de futebol.

O estudo teve como base a compreensão de que a cafeína é amplamente utilizada por seus efeitos estimulantes e de melhoria de desempenho, influenciando o sistema nervoso e outros sistemas corporais. A pesquisa buscou determinar como a cafeína afeta parâmetros fisiológicos como frequência cardíaca e níveis de lactato, bem como habilidades técnicas, visando fornecer uma perspectiva científica para treinadores e atletas.

Como o estudo foi realizado?

O estudo foi realizado com 30 jogadores de futebol amadores do sexo masculino. Os jogos reduzidos foram disputados em um campo de metros, em equipes de 5 jogadores, consistindo em 3 séries de 6 minutos cada, com intervalos de 5 minutos de descanso entre as séries. Os participantes foram designados para três condições experimentais: grupo cafeína; grupo placebo; e grupo controle.

O grupo cafeína recebeu de cafeína misturada com água, administrada 60 minutos antes do exercício. O grupo placebo recebeu apenas água, enquanto o grupo controle não recebeu nenhum fluido.

Cada jogador participou de todas as três condições, com um período de 3 dias de intervalo entre as sessões. A frequência cardíaca (FC) foi medida a cada 5 segundos usando um dispositivo Polar. Os níveis de lactato sanguíneo e as classificações de esforço percebido (RPE) foram avaliados antes, entre e após as séries. O desempenho técnico foi analisado por meio de gravações de vídeo e software de análise de partidas, incluindo variáveis como número de chutes, passes bem-sucedidos e mal-sucedidos, dribles, recuperações de bola, duelos e tempo de posse de bola.

Principais resultados

Os resultados do estudo indicaram que tanto a frequência cardíaca quanto o esforço percebido foram significativamente maiores no grupo cafeína. A cafeína aumenta a oxidação de gordura durante o exercício, o que melhora o suprimento de energia e combate a fadiga em partidas de futebol. Em termos de desempenho técnico, o número de passes bem-sucedidos e o total de passes foram significativamente maiores nos grupos cafeína e placebo em comparação com o grupo controle.

O número de passes mal-sucedidos foi menor no grupo cafeína, enquanto o número de duelos foi maior no grupo controle. A cafeína estimula o sistema nervoso, o que pode melhorar o foco e a atenção, levando a um aprimoramento das habilidades técnicas, como chutes e passes.

Conclusões e Implicações Práticas

As descobertas sugerem que doses apropriadas de ingestão de cafeína podem influenciar positivamente as respostas fisiológicas e o desempenho de passes durante jogos reduzidos de futebol. A cafeína pode ajudar a reduzir a fadiga e aumentar o estado de alerta, auxiliando os jogadores de futebol a manter a energia durante treinos e partidas prolongadas. Além disso, a cafeína mostrou melhorar o desempenho em sprints e dribles, que são exercícios de alta intensidade.

É importante considerar as diferenças individuais, como o consumo habitual de cafeína e os níveis de tolerância, ao implementar estratégias de suplementação. A pesquisa conclui que a cafeína pode ser uma estratégia eficaz para otimizar o treinamento e o desempenho de jogadores de futebol em partidas. Treinadores podem estrategicamente usar a suplementação controlada de cafeína, especialmente antes dos jogos, para aprimorar o desempenho de passes e a eficácia em campo.

O artigo completo está disponível clicando aqui

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Rodrigo Aquino

Rodrigo Aquino é professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua no Departamento de Desportos e como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado).

É líder do Grupo de Estudos Pesquisa em Ciências no Futebol (GECIF/UFES) e coordenador do Programa Academia e Futebol (Núcleo UFES), financiado pelo Ministério do Esporte. Seu trabalho envolve a coordenação de projetos técnico-científicos em parceria com categorias de base e equipes profissionais de futebol no Brasil.

Rodrigo é graduado em Educação Física e Esporte pela USP, com especialização em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado e doutorado em Ciências também pela USP. Acumula experiência prática no futebol desde 2015 como fisiologista e preparador físico em clubes profissionais, além de atuar como treinador e coordenador técnico em categorias de base. Reconhecido academicamente, está entre os 10 cientistas do esporte mais produtivos da América Latina em publicações científicas relacionadas ao futebol.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.