Psicóloga do Esporte destaca a rotina de trabalho em clube brasileiro

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Foto: Reprodução/Linkedin

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A presença da psicologia no futebol tem se tornado cada vez mais crucial, tanto na base quanto no profissional. Para entender como essa área atua na prática, o Ciência da Bola recebeu Maria Fernanda Manhães, psicóloga do esporte do Figueirense, em uma live especial.

Maria Fernanda é psicóloga graduada desde 2015 pela Universidade Federal de Santa Catarina e iniciou sua trajetória no clube catarinense em abril do ano passado e trouxe de forma detalhada como a psicologia se insere no contexto do esporte nos dias atuais.

Adaptando a psicologia à realidade do futebol

A psicóloga explicou que a estruturação do trabalho do psicólogo no futebol exige uma análise minuciosa do contexto do clube, incluindo carga horária das equipes, realidade financeira, categorias de base, cultura do clube e condições de treinamento.

“Cada clube tem sua realidade. As rotinas variam muito, seja em relação à quantidade de treinos, à participação em campeonatos ou mesmo às condições de alojamento dos atletas. É fundamental que o psicólogo se adapte a essa realidade para que sua atuação seja eficaz”, destaca Fernanda.

Trabalhando com diferentes grupos

Foto: Unsplash

Fernanda detalhou as diversas áreas de atuação da psicologia no clube, incluindo:

  • Trabalho com atletas: Treinamento de liderança, coesão do grupo, comunicação, autoconfiança, autoeficácia, motivação, técnicas de relaxamento para lidar com a ansiedade e gestão de conflitos.
  • Trabalho com comissões: Conscientização sobre saúde mental, desenvolvimento de habilidades sociais e psicológicas, treinamento de liderança e comunicação, além de orientação e auxílio no manejo de situações de risco.
  • Trabalho individual: Suporte emocional, avaliação de ansiedade, autoeficácia, estrutura familiar e rede de apoio.
  • Trabalho em reabilitação: Acompanhamento psicológico durante a recuperação de lesões, incluindo o “return to play”, que visa avaliar o nível de confiança do atleta para retornar às atividades.

A importância do trabalho multidisciplinar

Fernanda enfatizou a importância do trabalho multidisciplinar no futebol, ressaltando que a psicologia não pode se isolar.

“É preciso trabalhar em conjunto com técnicos, preparadores físicos, médicos e assistentes sociais para que a atuação do psicólogo tenha um impacto maior e mais eficiente nos atletas”, afirma.

Desafios e oportunidades para quem quer entrar na área

A psicóloga do Figueirense também abordou os desafios e as oportunidades para quem deseja seguir carreira na área da psicologia do esporte tanto para estudantes da área quanto para aqueles que já passaram pela graduação. Para os estudantes por exemplo Fernanda destacou a importância da abertura das universidades para o estágio em clubes, bem como a necessidade de busca por oportunidades em outros esportes, caso o futebol não seja uma opção na região. Para aqueles profissionais já formados, recomenda-se também a busca por especializações na área, além de criar conexões com clubes e profissionais que atuam no esporte.

Ao longo da live, Fernanda falou também sobre outras diversas atuações da psicologia no esporte, incluindo como administrar o tempo em uma rotina intensa de treinos, como motivar atletas à distância, como lidar com a ansiedade pré-competitiva e a importância da avaliação neuropsicológica.

Em sua participação no Ciência da Bola, Maria Fernanda expôs a importância da atenção ao lado psicológico dos atletas e de como essa área vem sendo cada vez mais falada


Confira a conversa completa neste link:

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Rodrigo Aquino

Rodrigo Aquino é professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua no Departamento de Desportos e como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado).

É líder do Grupo de Estudos Pesquisa em Ciências no Futebol (GECIF/UFES) e coordenador do Programa Academia e Futebol (Núcleo UFES), financiado pelo Ministério do Esporte. Seu trabalho envolve a coordenação de projetos técnico-científicos em parceria com categorias de base e equipes profissionais de futebol no Brasil.

Rodrigo é graduado em Educação Física e Esporte pela USP, com especialização em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado e doutorado em Ciências também pela USP. Acumula experiência prática no futebol desde 2015 como fisiologista e preparador físico em clubes profissionais, além de atuar como treinador e coordenador técnico em categorias de base. Reconhecido academicamente, está entre os 10 cientistas do esporte mais produtivos da América Latina em publicações científicas relacionadas ao futebol.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.