Estudo avaliou a saúde mental em jogadores de futebol durante um ano

Data:

Compartilhe:

Um novo estudo publicado na revista BMC Sports Science, Medicine and Rehabilitation buscou investigar a saúde mental em jogadores de futebol profissionais masculinos.

A pesquisa, conduzida por Lervasen Pillay e colaboradores da Universidade de Amsterdã nos Países Baixos, descobriu que mais da metade dos jogadores (52,5%) apresentaram sintomas de sofrimento na avaliação inicial, com a angústia sendo o sintoma mais comum. Após 12 meses, a incidência de sintomas permaneceu significativa, com 29,1% dos jogadores relatando angústia.

Conforme o artigo, o Comitê Olímpico Internacional (COI) define os sintomas de saúde mental (MHS) como “qualquer pensamento, sentimento, comportamento e/ou sintoma psicossomático adverso que possa levar a sofrimento subjetivo ou a prejuízos funcionais na vida diária, no trabalho e/ou no esporte”.

O estudo acompanhou 101 jogadores de futebol profissionais masculinos, pertencentes aos sindicatos nacionais afiliados da FIFPRO (Jogadores de Futebol em Todo o Mundo) com idades entre 24 e 30 anos por um ano. Além disso, o estudo utilizou uma variedade de ferramentas validadas para avaliar sintomas de saúde mental, incluindo ansiedade, transtornos alimentares, depressão, angústia, distúrbios do sono, abuso de álcool e abuso de drogas.

Lesões graves aumentam o risco

Um achado preocupante foi a forte associação entre lesões graves e/ou cirurgias e o desenvolvimento de sintomas. Os jogadores que sofreram tais lesões tinham probabilidades significativamente maiores de apresentar sintomas prejudiciais à saúde mental, tanto na avaliação inicial quanto após 12 meses.

Especificamente, a chance de desenvolver angústia e abuso de drogas aumentou significativamente após lesões graves. Essa descoberta destaca a necessidade de suporte de saúde mental para jogadores que estão lidando com lesões importantes.

Implicações clínicas e de pesquisa

Os pesquisadores enfatizam a necessidade de uma maior conscientização sobre a saúde mental em jogadores de futebol profissionais, especialmente após lesões graves. A utilização de ferramentas de rastreio validadas é essencial para a identificação precoce de sintomas e a implementação de planos de tratamento adequados.

O estudo também destaca a necessidade de pesquisas adicionais para investigar a associação entre tipos específicos de lesões e o desenvolvimento de sintomas relacionados à saúde mental, incluindo transtornos alimentares e abuso de drogas.

Para ter acesso ao artigo completo, clique aqui

Para receber conteúdos como esse em seu e-mail, participe da nossa Newsletter.

spot_img
spot_img

Posts Relacionados

Os dados de GPS devem ser normalizados para monitoramento de desempenho e fadiga no futebol?

Um novo estudo publicado na revista Frontiers in Sports and Active Living em junho de 2025 questiona a...

O que influencia a velocidade máxima nas partidas ao longo de uma temporada no Futebol?

Um estudo recente analisou a velocidade máxima atingida por jogadores de futebol durante as partidas, levando em consideração...

Tratamentos para dor crônica em jogadores de Futebol

Um estudo em formato de revisão integrativa analisou a eficácia de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos na gestão...

Cafeína aumenta atividade cardíaca e precisão de passes em Jogos reduzidos de futebol

Uma pesquisa recente, publicada no Journal of National Kinesiology, conduzida por pesquisadores turcos, examinou os efeitos da ingestão de...

Rodrigo Aquino

Rodrigo Aquino é professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua no Departamento de Desportos e como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado).

É líder do Grupo de Estudos Pesquisa em Ciências no Futebol (GECIF/UFES) e coordenador do Programa Academia e Futebol (Núcleo UFES), financiado pelo Ministério do Esporte. Seu trabalho envolve a coordenação de projetos técnico-científicos em parceria com categorias de base e equipes profissionais de futebol no Brasil.

Rodrigo é graduado em Educação Física e Esporte pela USP, com especialização em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado e doutorado em Ciências também pela USP. Acumula experiência prática no futebol desde 2015 como fisiologista e preparador físico em clubes profissionais, além de atuar como treinador e coordenador técnico em categorias de base. Reconhecido academicamente, está entre os 10 cientistas do esporte mais produtivos da América Latina em publicações científicas relacionadas ao futebol.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.