Profissional destaca o trabalho de RTP em clube de ponta no Brasil

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Foto: Reprodução/Redes Sociais

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O futebol de alto rendimento exige cada vez mais dos atletas, tanto em termos físicos quanto técnicos. No entanto, lesões são parte integrante do esporte, e a forma como os atletas se recuperam e retornam aos gramados pode determinar o sucesso de suas carreiras. Nesse contexto, o papel do profissional de Return to Play (RTP), ou Retorno para o jogar, torna-se fundamental.

O Ciência da Bola convidou Wesley Fernandes, profissional de RTP na base do Red Bull Bragantino para entender mais sobre esse assunto. Wesley tem formação em Educação Física e experiência em outros clubes além do Bragantino, como o Atlético Mineiro. A conversa foi em nosso canal do Youtube no quadro “Ciência da Bola LAB”. Dentre os temas abordados, Wesley destacou a importância e necessidade em compreender mais sobre o processo de recuperação de lesões, os mecanismos na formação de atletas e também sobre o papel central do profissional de RTP entre diferentes áreas da saúde dentro do clube.

Confira abaixo alguns pontos que foram abordados com Wesley.

O que é o RTP?

Wesley Fernndes: O RTP (return-to-play) é um processo multidisciplinar que visa garantir a recuperação completa e segura do atleta após uma lesão. Esse profissional atua como uma ponte entre o departamento médico e a preparação física, acompanhando o atleta desde as primeiras etapas da reabilitação até o retorno aos jogos.

Qual a importância da comunicação e da individualização?

Uma das principais características do RTP é a necessidade de uma comunicação eficaz entre os diferentes profissionais envolvidos no processo. O fisioterapeuta, responsável pela reabilitação inicial, e o preparador físico, que se encarrega da progressão da carga de treinamento, precisam trabalhar em conjunto para garantir a melhor recuperação do atleta. Além de outros profissionais de saúde e performance. Por isso, destaco que o profissional de RTP pode ser um fisioterapeuta ou educador físico, mas o diferencial está em entender um pouco a mais da sua formação.

Além disso, o profissional de RTP deve considerar as individualidades de cada atleta e cada lesão. Não existe uma receita pronta para o retorno ao jogo, e cada caso deve ser avaliado de forma personalizada.
Em todo clube que trabalhei sempre me dediquei em entender outras áreas e realizar uma comunicação eficaz para que o processo possa ser bem realizado.

Wesley no Atlético MIneiro. Foto: Linkedin/Divulgação

Quais são as fases do RTP?

Interessante destacar que podemos dividir o processo de RTP em três fases principais:

Fase 1: Integração com a fisioterapia: Nessa fase, o profissional de RTP trabalha em conjunto com o fisioterapeuta, acompanhando a evolução do atleta e iniciando a progressão da carga de forma gradual.

Fase 2: Progressão da carga e identificação de deficiências: Nesta etapa, o foco é a progressão da carga de treinamento e a identificação de possíveis deficiências que possam comprometer o retorno do atleta.

Fase 3: Retorno aos jogos: Nessa fase final, o atleta é liberado para retornar aos jogos, mas o acompanhamento do profissional de RTP continua, com o objetivo de garantir uma transição segura e evitar novas lesões.

Quais os benefícios do RTP para os atletas?

Essa é uma área de atuação ainda não presente em todos os clubes. É algo que vêm crescendo e vejo fundamental para que os atletas também possam compreender seus benefícios. Dentre os principais, destaco estes:

  • Maior segurança: O acompanhamento individualizado e a progressão gradual da carga reduzem o risco de novas lesões.
  • Retorno mais rápido: A comunicação eficaz entre os profissionais e a identificação precoce de problemas podem acelerar o processo de recuperação.
  • Aumento da confiança: O atleta se sente mais seguro ao saber que está sendo acompanhado por um profissional especializado.
  • Melhora do desempenho: O RTP contribui para que o atleta retorne aos jogos em melhores condições físicas e técnicas.

O futuro do profissional de RTP?

A figura do profissional de RTP tem se tornado cada vez mais importante no futebol moderno. A crescente complexidade das lesões e a demanda por resultados cada vez mais rápidos exigem um acompanhamento especializado e individualizado dos atletas.

Portanto, vejo que o RTP é um processo fundamental para garantir a recuperação completa e segura dos atletas após uma lesão. A comunicação eficaz entre os diferentes profissionais, a individualização do tratamento e o acompanhamento constante do atleta são os pilares desse processo.

Para assistir a conversa completa com Wesley Fernandes, acesse o link abaixo:

https://www.youtube.com/live/PYx2pTMcWfQ
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João Bonfatti

João Bonfatti atualmente trabalha como Coordenador do setor de Análise de Desempenho no América-MG. Antes disso, teve passagens pelo Vasco da Gama, onde atuou em diferentes categorias: foi auxiliar técnico do Sub-20, treinador interino do Sub-17 e auxiliar técnico do Sub-17.

Atuou também pelo Atlético-MG, onde desempenhou o papel de auxiliar técnico do Sub-15. No Corinthians, auxiliar técnico do Sub-14, além de exercer a função de supervisor metodológico.

Sua formação inclui o Bacharelado em Futebol pela Universidade Federal de Viçosa e a Licença B da CBF Academy, o que reforça sua base teórica e prática no desenvolvimento de atletas.

Felipe Bonholi

Felipe Bonholi integra a equipe do Palmeiras como Analista de Desempenho no Centro de Formação de Atletas (CFA), contribuindo para o desenvolvimento e acompanhamento de jovens talentos.

Antes disso, acumulou cinco anos de experiência na Ferroviária, onde atuou como Analista de Desempenho da equipe profissional, e no São Carlos Futebol Clube na mesma função.

Sua formação acadêmica inclui Bacharelado em Administração de Empresas pela UNIARA (2014–2017) e graduação em andamento em Educação Física pela mesma instituição, iniciada em 2019.

Com sólida base teórica e ampla experiência prática, Felipe Bonholi se destaca por sua capacidade de integrar análise técnica, gestão e visão estratégica no contexto esportivo, contribuindo para o desempenho e evolução de atletas e equipes.

Mylena Baransk

Mylena Baransk é doutora em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná e mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, onde também concluiu sua graduação em Educação Física – Bacharelado. Especialista em futsal com foco em análise de desempenho, atuou como docente em cursos do ensino superior e analista de desempenho no futebol.

Atualmente, exerce a função de analista de desempenho no Clube Atlético Mineiro, onde trabalha desde agosto de 2024. Antes disso, desempenhou a mesma função na Associação Ferroviária de Esportes entre março e agosto de 2024, atuando em Araraquara, São Paulo.

Além da atuação em clubes, possui experiência acadêmica como docente, tendo lecionado na UniCesumar entre julho e outubro de 2023, em Curitiba, Paraná. Também foi professora na UNIFATEB, onde atuou por quase três anos, de fevereiro de 2021 a outubro de 2023, em Telêmaco Borba, Paraná.

Com forte presença na área de análise de desempenho no futebol, também é CEO da Statisticsfut, onde se dedica ao desenvolvimento de conteúdos e estratégias voltadas à análise estatística e desempenho esportivo.

Nathália Arnosti

Nathália Arnosti é uma profissional de destaque na área de Fisiologia do Esporte e Preparação Física, com sólida formação acadêmica e ampla experiência no futebol brasileiro.

Bacharel e mestre em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba e doutora pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ela construiu uma carreira marcada pela integração entre ciência e prática esportiva.

No cenário dos clubes, já contribuiu com equipes como Athletico Paranaense, Red Bull Bragantino, Palmeiras, Audax, Ferroviária e Ponte Preta. Em janeiro de 2024, assumiu o cargo de fisiologista do Cruzeiro, reforçando seu papel como referência no acompanhamento e otimização do desempenho esportivo.

Rodrigo Aquino

Rodrigo Aquino é professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua no Departamento de Desportos e como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado).

É líder do Grupo de Estudos Pesquisa em Ciências no Futebol (GECIF/UFES) e coordenador do Programa Academia e Futebol (Núcleo UFES), financiado pelo Ministério do Esporte. Seu trabalho envolve a coordenação de projetos técnico-científicos em parceria com categorias de base e equipes profissionais de futebol no Brasil.

Rodrigo é graduado em Educação Física e Esporte pela USP, com especialização em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado e doutorado em Ciências também pela USP. Acumula experiência prática no futebol desde 2015 como fisiologista e preparador físico em clubes profissionais, além de atuar como treinador e coordenador técnico em categorias de base. Reconhecido academicamente, está entre os 10 cientistas do esporte mais produtivos da América Latina em publicações científicas relacionadas ao futebol.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.