Como funcionam os direitos de transmissão no futebol?

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Foto de Norbert Braun na Unsplash

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Os direitos de transmissão do futebol é resultado do acordo entre uma emissora de telecomunicação com clubes ou organizadores para transmissões dos jogos. No Brasil, a negociação dos direitos de transmissão são feitas individualmente por cada clube e por isso existe uma disparidade entre números de jogos transmitidos.

Segundo o artigo 42 da Lei Pelé, para a realização das transmissões as emissoras precisam ter um acordo com ambas as equipes. Caso não haja acordo com uma das equipes o jogo fica sem transmissão, mesmo que a outra equipe tenha acordo. No campeonato Brasileiro existem duas emissoras que possuem acordos com os clubes, a Globo e a Turner.

Nos modelos de distribuição das cotas da TV aberta e da TV fechada, os clubes fazem a divisão da porcentagem igualmente e duas porcentagens variáveis de acordo com o número de jogos transmitidos e a posição na tabela.

No mês de junho de 2020, o Presidente da República assinou uma Medida Provisória (MP) para haver mudanças nos direitos de transmissões existentes. Com isso, a negociação dos direitos de transmissão são feitas exclusivamente pelo mandante do jogo, com a liberdade de negociar como quiser.

Modelo Europeu nos direitos de transmissão no futebol

Diferentemente do Brasil, as principais Ligas Europeias possuem diversidade no modelo de negociação dos direitos de transmissão do futebol. Na maioria dos campeonatos, os direitos pertencem ao mandante, entretanto quem faz a venda são as ligas. E teoricamente, essa venda coletiva facilita o formato e a distribuição dos valores arrecadados.

O surgimento das plataformas de streaming também influencia nas negociações, considerando que são mais uma opção para a venda das transmissões.  

Por fim, no Brasil é preciso pensar no formato das transmissões, pois muitos têm dificuldades com determinados formatos. A TV aberta é de fácil acesso para muitos brasileiros enquanto que a TV fechada e o streaming exigem recursos financeiros. No streaming além do recurso financeiro é preciso internet e cerca de 25% população não tem acesso, isso representa em média 46 milhões de pessoas.

Confira um episódio do Podcast Ciência da Bola que fala sobre o assunto:

Contato da autora – Instagram: @borges_aline08

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Nathália Arnosti

Nathalia Arnosti é uma profissional da Educação Física com formação acadêmica sólida e experiência em alto rendimento esportivo.

Graduada pela Universidade Metodista de Piracicaba (2009), mestre pela mesma instituição (2012) e doutora pela Universidade Estadual de Campinas (2016), sua especialização concentra-se em Treinamento Desportivo, Fisiologia do Exercício e Avaliação Física.

Ao longo de sua carreira, trabalhou em clubes de futebol brasileiro, atuando como Preparadora Física e Fisiologista. Passou por equipes como Ponte Preta (2017), Ferroviária (2017-2018), Grêmio Audax (Libertadores Feminina 2018), Palmeiras (2019), Red Bull Bragantino (2020-2022) e Athletico Paranaense (2022-2024). Atualmente, integra o departamento de desempenho do Cruzeiro (desde 2024) como Sports Physiologist.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.