Formação de atletas no futebol

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Foto: Virgil Cayasa na Unsplash

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A formação de atletas de futebol no Brasil é um processo complexo e multifacetado que envolve diversas etapas e categorias. O objetivo principal da formação é desenvolver jogadores com habilidades técnicas, táticas e físicas para competir em alto nível no futebol profissional.

É importante destacar que a formação de base é um processo contínuo onde os jogadores precisam ser acompanhados e treinados constantemente para se desenvolverem ao máximo. Além disso, é fundamental que o trabalho nas categorias de base esteja alinhado com o trabalho dos jogadores profissionais, para haver uma continuidade no processo de formação.

Qual a diferença de formação de base e categoria de base?

A formação de base é um processo de formação de atletas cujo objetivo é desenvolver jogadores e equipes para compor a base de um clube ou seleção. Trata-se de um processo contínuo que envolve o treinamento e acompanhamento dos jogadores desde cedo, visando formar atletas para o futebol.

Já as categorias de base são a divisão dos jogadores segundo a sua idade, e servem como uma espécie de etapa no processo de formação, onde os jogadores são treinados conforme o seu nível de maturidade e habilidades. As categorias mais comuns são sub-7, sub-9, sub-11, sub-13, sub-15 e sub-17 e sub-20.

Cada categoria tem seus objetivos e metas específicas, considerando a faixa etária e o desenvolvimento físico, técnico e tático. Por exemplo, na categoria sub-7 o objetivo é introduzir os jogadores ao esporte, trabalhando habilidades motoras e fundamentos do futebol, enquanto na categoria sub-20 o objetivo é preparar os jogadores para os desafios do futebol profissional.

Em resumo, a formação de base é um processo mais amplo e global, enquanto as categorias de base são etapas desse processo, que servem para dividir e direcionar o treinamento dos jogadores de acordo com a sua idade e habilidades.

Formação de Profissionais que trabalham com a base

A qualificação dos profissionais que trabalham com a base é fundamental para garantir a qualidade na formação dos jogadores. É comum que os treinadores e preparadores físicos das categorias de base tenham formação específica em treinamento de futebol e possuam experiência prévia no futebol. Além disso, é importante que esses profissionais estejam constantemente atualizados com as últimas tendências e metodologias de treinamento.

Isso inclui não apenas a formação técnica, mas também a formação em pedagogia esportiva, psicologia do esporte, entre outras áreas relacionadas. Esses profissionais precisam estar preparados para lidar com jogadores de diferentes idades, habilidades e personalidades, e precisam entender como guiar e motivar esses jovens atletas para que eles possam desenvolver seu potencial ao máximo.

Além disso, é importante que os profissionais que trabalham com a base tenham uma boa compreensão da filosofia do clube ou seleção para que eles possam alinhar suas metodologias e práticas com os objetivos gerais do clube. Isso inclui entender a importância de formar jogadores que se encaixem no estilo de jogo do clube, bem como compreender as necessidades do clube em relação a posições e habilidades específicas.

Portanto, os profissionais que trabalham com a base no futebol precisam ter boa formação e experiência prévia no esporte, além de estarem constantemente atualizados com as últimas tendências e metodologias de treinamento, para garantir a qualidade da formação dos jogadores e alinhar com a filosofia do clube ou seleção.

Problemas na formação de atletas

Além de ser um grande celeiro de formadores de atletas de futebol e apresentar alguns clubes de referência na formação, por outro lado, a formação de atletas de futebol no Brasil enfrenta uma série de problemas que podem afetar negativamente o desenvolvimento dos jogadores e a qualidade do futebol nacional. Alguns desses problemas incluem a falta de infraestrutura adequada, a falta de qualificação dos profissionais que trabalham com a base e a falta de programas de desenvolvimento para jovens jogadores.

Uma das principais questões é a falta de infraestrutura adequada para a formação de jogadores. Muitos times de futebol no Brasil não possuem campos de treinamento de qualidade ou instalações esportivas modernas. Isso pode dificultar o desenvolvimento das habilidades técnicas e físicas dos jogadores, bem como limitar a quantidade de treinamentos e jogos que eles podem realizar.

Outro problema é a falta de qualificação dos profissionais que trabalham com a base. Muitos treinadores e preparadores físicos que trabalham com jogadores jovens não possuem formação específica em treinamento de futebol ou experiência prévia no futebol. Isso pode afetar negativamente a qualidade do treinamento que os jogadores recebem e limitar o seu desenvolvimento.

A falta de programas de desenvolvimento para jovens jogadores é outro problema que pode afetar negativamente a formação de atletas de futebol no Brasil. Muitos times não possuem programas específicos para desenvolver jogadores jovens e prepará-los para o futebol profissional. Isso pode dificultar a transição dos jogadores da base para o futebol profissional.

Transição das categorias de base para o profissional

A transição dos jogadores das categorias de base para o futebol profissional é um processo importante e desafiador. É preciso que os jogadores estejam preparados tanto fisicamente quanto tecnicamente para competir em alto nível. Além disso, é importante que os jogadores tenham uma boa mentalidade e estejam preparados para lidar com as pressões e exigências do futebol profissional.

Atualmente, muitos jogadores de base enfrentam dificuldades na transição para o nível profissional devido à falta de oportunidades. Muitos times preferem contratar jogadores com mais experiência, deixando os jovens limitados a jogar pouco. Isso pode dificultar a transição dos jogadores para o futebol profissional e limitar o seu desenvolvimento.

A pressão por resultados por parte dos clubes é uma realidade no futebol, e isso se estende também às categorias de base. Com a busca constante por jogadores jovens e promissores, muitos clubes europeus, por exemplo, estão dispostos a gastar grandes somas de dinheiro para atrair esses atletas para suas equipes. Isso pode criar uma situação em que os jovens jogadores são “comprados” por clubes da Europa antes mesmo de terem a oportunidade de desenvolver suas habilidades e se tornarem profissionais em seus países de origem.

Além disso, esses jovens jogadores podem se sentir pressionados a se adaptar rapidamente às expectativas e exigências dos clubes, o que pode ser um problema para sua formação e transição para o futebol profissional. A falta de tempo para se adaptar ao novo ambiente, língua e cultura, pode ser um obstáculo para o desenvolvimento dos jogadores, e podem não ter a oportunidade de desenvolver suas habilidades de forma adequada.

Essa pressão por resultados e o assédio de clubes da Europa pode levar a uma sobrevalorização de jogadores jovens, colocando expectativas excessivas sobre eles antes mesmo de eles terem a oportunidade de mostrar seu verdadeiro potencial. Isso pode levar a frustrações e decepções tanto para os jogadores quanto para os clubes, e pode até mesmo levar a problemas psicológicos para os jogadores.

Como trabalhar com futebol de base

Trabalhar como profissional em categorias de base no futebol é uma ótima maneira de contribuir para o desenvolvimento de jogadores jovens e ajudar a moldar o futuro do esporte. Existem várias funções diferentes que uma pessoa pode desempenhar nesse contexto, como treinador, preparador físico, scout, entre outros.

Para se tornar um treinador de categoria de base, é necessário ter conhecimentos técnicos e táticos do futebol, além de experiência em trabalhar com jovens jogadores. É importante estar sempre atualizado com as últimas tendências e metodologias de treinamento, e também ter habilidades de liderança e comunicação.

Além disso, convidamos para ouvir os episódios do nosso podcast onde discutimos temas relevantes sobre o desenvolvimento de jogadores jovens e sobre como trabalhar como profissional em categorias de base no futebol.

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Confira abaixo um episódio de podcast sobre o assunto:

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João Bonfatti

João Bonfatti é um profissional com trajetória no futebol de base e no alto rendimento, tendo atuado em algumas das principais instituições do país.

Atualmente, trabalha como Coordenador do setor de Análise de Desempenho no América Futebol Clube, em Belo Horizonte. Antes disso, teve passagem marcante pelo Vasco da Gama, onde atuou em diferentes categorias: foi auxiliar técnico do Sub-20, treinador interino do Sub-17 e auxiliar técnico do Sub-17.

No Atlético Mineiro, João desempenhou o papel de auxiliar técnico do Sub-15. No Corinthians, atuou como auxiliar técnico do Sub-14, além de exercer a função de supervisor metodológico, com foco na estruturação dos processos de treinamento.

Sua formação inclui o Bacharelado em Futebol pela Universidade Federal de Viçosa e a Licença B da CBF Academy, o que reforça sua base teórica e prática no desenvolvimento de atletas.

Felipe Bonholi

Felipe Bonholi integra a equipe do Palmeiras como Analista de Desempenho no Centro de Formação de Atletas (CFA), contribuindo para o desenvolvimento e acompanhamento de jovens talentos.

Antes disso, acumulou cinco anos de experiência na Ferroviária, onde atuou como Analista de Desempenho da equipe profissional. Ante disso, trabalhou no São Carlos Futebol Clube na mesma função.

Sua formação acadêmica inclui Bacharelado em Administração de Empresas pela UNIARA (2014–2017) e graduação em andamento em Educação Física pela mesma instituição, iniciada em 2019.

Com sólida base teórica e ampla experiência prática, Felipe Bonholi se destaca por sua capacidade de integrar análise técnica, gestão e visão estratégica no contexto esportivo, contribuindo para o desempenho e evolução de atletas e equipes.

Mylena Baransk

Mylena Baransk é doutora em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná e mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, onde também concluiu sua graduação em Educação Física – Bacharelado. Especialista em futsal com foco em análise de desempenho, atuou como docente em cursos do ensino superior e analista de desempenho no futebol.

Atualmente, exerce a função de analista de desempenho no Clube Atlético Mineiro, onde trabalha desde agosto de 2024. Antes disso, desempenhou a mesma função na Associação Ferroviária de Esportes entre março e agosto de 2024, atuando em Araraquara, São Paulo.

Além da atuação em clubes, possui experiência acadêmica como docente, tendo lecionado na UniCesumar entre julho e outubro de 2023, em Curitiba, Paraná. Também foi professora na UNIFATEB, onde atuou por quase três anos, de fevereiro de 2021 a outubro de 2023, em Telêmaco Borba, Paraná.

Com forte presença na área de análise de desempenho no futebol, também é CEO da Statisticsfut, onde se dedica ao desenvolvimento de conteúdos e estratégias voltadas à análise estatística e desempenho esportivo.

Nathália Arnosti

Nathália Arnosti é uma profissional de destaque na área de Fisiologia do Esporte e Preparação Física, com sólida formação acadêmica e ampla experiência no futebol brasileiro.

Bacharel e mestre em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba e doutora pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ela construiu uma carreira marcada pela integração entre ciência e prática esportiva.

No cenário dos clubes, já contribuiu com equipes como Athletico Paranaense, Red Bull Bragantino, Palmeiras, Audax, Ferroviária e Ponte Preta. Em janeiro de 2024, assumiu o cargo de fisiologista do Cruzeiro, reforçando seu papel como referência no acompanhamento e otimização do desempenho esportivo.

Rodrigo Aquino

Rodrigo Aquino é professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua no Departamento de Desportos e como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado).

É líder do Grupo de Estudos Pesquisa em Ciências no Futebol (GECIF/UFES) e coordenador do Programa Academia e Futebol (Núcleo UFES), financiado pelo Ministério do Esporte. Seu trabalho envolve a coordenação de projetos técnico-científicos em parceria com categorias de base e equipes profissionais de futebol no Brasil.

Rodrigo é graduado em Educação Física e Esporte pela USP, com especialização em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado e doutorado em Ciências também pela USP. Acumula experiência prática no futebol desde 2015 como fisiologista e preparador físico em clubes profissionais, além de atuar como treinador e coordenador técnico em categorias de base. Reconhecido academicamente, está entre os 10 cientistas do esporte mais produtivos da América Latina em publicações científicas relacionadas ao futebol.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.