Em que ano surgiu o futebol feminino?

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Foto de Allan Patrick em flickr

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O futebol surgiu na metade do século XIX e não demorou muito para se profissionalizar por parte dos homens; enquanto o futebol feminino, começou a ser profissionalizado praticamente 100 anos depois da invenção do esporte. 

Para entender mais, explicaremos sobre a origem da modalidade e algumas conquistas das mulheres.

Origens do Futebol Feminino

Reprodução: internet

É datado que o futebol feminino teve seu início no final do século XIX no Reino Unido, com a criação do Ladies Football Club, o primeiro time de futebol feminino fundado pela ativista dos direitos das mulheres, Nettie Honeyball. Além disso, há registros de que a primeira partida oficial entre mulheres foi disputada no dia 23 de março de 1885, em Crouch End, na Inglaterra.

No Brasil, a prática do futebol feminino só começou a ganhar algum destaque por volta dos anos 1920, mas ainda de forma muito tímida. Inacreditavelmente, em alguns casos, o futebol feminino, naquela época, era tratado mais como uma atração de circo do que como um esporte sério. 

Fatos como esses e outros no decorrer de toda a história, nos mostra que as mulheres sempre enfrentaram muitos desafios para praticar o futebol, apesar de até mesmo proibições tiveram que enfrentar.

Proibição e Desafios

Reprodução: Museu do Futebol

No ano de 1941 o futebol praticado por mulheres foi oficialmente proibido em solo brasileiro pelo então presidente Getúlio Vargas. Além do futebol, qualquer esporte que não fosse dado de “natureza feminina” também foi proibido. Devido à sociedade extremamente machista da época, a prática esportiva por mulheres não era muito bem vista. Apesar de a proibição não ser exclusivamente para o futebol, esse esporte acabou sendo o mais afetado.

Além da proibição legal, as mulheres também enfrentavam preconceitos e discriminação diariamente. Elas eram frequentemente insultadas e assediadas por homens que acreditavam que elas não tinham lugar no futebol.

Superação e Conquistas

Reprodução: internet

Assim, o futebol feminino precisava de espaço, e foi em 1991 que finalmente as mulheres conseguiram um pouco. No mesmo ano, aconteceu a primeira Copa do Mundo Feminina, sediada na China e com a participação de 12 equipes. Os Estados Unidos se sagraram campeãs enquanto o Brasil terminou na nona colocação.

A partir dali, começava uma história de evolução da seleção brasileira, que já em 1991 foi campeã da Copa América de forma invicta. Esse feito, incentivou a prática maior de mulheres no Futebol, mesmo ainda incipientemente.

Portanto, até então, o futebol feminino continuou a evoluir e conquistar novos horizontes desde a criação da Copa do Mundo feminina. As jogadoras têm demonstrado talento excepcional e dedicação, tornando-se verdadeiras embaixadoras do esporte.

Futebol Feminino atualmente

Nos últimos 30 anos, o futebol feminino vem ganhando cada vez mais espaço no esporte mundial. No momento da escrita desse texto, em 2023, tivemos a Copa do Mundo sediada na Austrália e Nova Zelândia, e foi um mundial de recordes de audiência e público nos estádios. Além disso, já existem competições como o Brasileirão, a Libertadores e campeonatos de base femininos, eventos relativamente recentes no futebol nacional. Talvez tenha sido o ano em que ápice do Futebol Feminino teve sua visibilidade e respeito como merece.

Isso tudo sem levar em consideração as várias craques que se tem ao redor do mundo, passando por praticamente todos os continentes. Mesmo com um investimento inferior, muitas jogadoras mostram um talento excepcional em todo o mundo. Além da  Rainha Marta, destaca-se atualmente a australiana Sam Kerr, juntamente com outras craques como Alex Morgan, Alexia Putellas e Jenni Hermoso.

Perspectivas para o Futebol Feminino

Aos poucos, o futebol feminino vai conquistando seu espaço e tendo a atenção que tanto merece. O número crescente de competições, a expansão das ligas profissionais e o aumento do apoio institucional demonstram que o futebol feminino não é apenas uma parte significativa, mas uma força crescente no cenário esportivo global.

Com certeza, ainda falta muito para conquistar. Desde a igualdade de direitos, maior acesso a clubes femininos na base, maior poder financeiro e públicos maiores nos estádios. Mas, o cenário é positivo. E a perspectiva é que nos próximos anos o futebol feminino esteja em um patamar ainda melhor.

Ouça um episódio do Podcast sobre o assunto:

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João Bonfatti

João Bonfatti atualmente trabalha como Coordenador do setor de Análise de Desempenho no América-MG. Antes disso, teve passagens pelo Vasco da Gama, onde atuou em diferentes categorias: foi auxiliar técnico do Sub-20, treinador interino do Sub-17 e auxiliar técnico do Sub-17.

Atuou também pelo Atlético-MG, onde desempenhou o papel de auxiliar técnico do Sub-15. No Corinthians, auxiliar técnico do Sub-14, além de exercer a função de supervisor metodológico.

Sua formação inclui o Bacharelado em Futebol pela Universidade Federal de Viçosa e a Licença B da CBF Academy, o que reforça sua base teórica e prática no desenvolvimento de atletas.

Felipe Bonholi

Felipe Bonholi integra a equipe do Palmeiras como Analista de Desempenho no Centro de Formação de Atletas (CFA), contribuindo para o desenvolvimento e acompanhamento de jovens talentos.

Antes disso, acumulou cinco anos de experiência na Ferroviária, onde atuou como Analista de Desempenho da equipe profissional, e no São Carlos Futebol Clube na mesma função.

Sua formação acadêmica inclui Bacharelado em Administração de Empresas pela UNIARA (2014–2017) e graduação em andamento em Educação Física pela mesma instituição, iniciada em 2019.

Com sólida base teórica e ampla experiência prática, Felipe Bonholi se destaca por sua capacidade de integrar análise técnica, gestão e visão estratégica no contexto esportivo, contribuindo para o desempenho e evolução de atletas e equipes.

Mylena Baransk

Mylena Baransk é doutora em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná e mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, onde também concluiu sua graduação em Educação Física – Bacharelado. Especialista em futsal com foco em análise de desempenho, atuou como docente em cursos do ensino superior e analista de desempenho no futebol.

Atualmente, exerce a função de analista de desempenho no Clube Atlético Mineiro, onde trabalha desde agosto de 2024. Antes disso, desempenhou a mesma função na Associação Ferroviária de Esportes entre março e agosto de 2024, atuando em Araraquara, São Paulo.

Além da atuação em clubes, possui experiência acadêmica como docente, tendo lecionado na UniCesumar entre julho e outubro de 2023, em Curitiba, Paraná. Também foi professora na UNIFATEB, onde atuou por quase três anos, de fevereiro de 2021 a outubro de 2023, em Telêmaco Borba, Paraná.

Com forte presença na área de análise de desempenho no futebol, também é CEO da Statisticsfut, onde se dedica ao desenvolvimento de conteúdos e estratégias voltadas à análise estatística e desempenho esportivo.

Nathália Arnosti

Nathália Arnosti é uma profissional de destaque na área de Fisiologia do Esporte e Preparação Física, com sólida formação acadêmica e ampla experiência no futebol brasileiro.

Bacharel e mestre em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba e doutora pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ela construiu uma carreira marcada pela integração entre ciência e prática esportiva.

No cenário dos clubes, já contribuiu com equipes como Athletico Paranaense, Red Bull Bragantino, Palmeiras, Audax, Ferroviária e Ponte Preta. Em janeiro de 2024, assumiu o cargo de fisiologista do Cruzeiro, reforçando seu papel como referência no acompanhamento e otimização do desempenho esportivo.

Rodrigo Aquino

Rodrigo Aquino é professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua no Departamento de Desportos e como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado).

É líder do Grupo de Estudos Pesquisa em Ciências no Futebol (GECIF/UFES) e coordenador do Programa Academia e Futebol (Núcleo UFES), financiado pelo Ministério do Esporte. Seu trabalho envolve a coordenação de projetos técnico-científicos em parceria com categorias de base e equipes profissionais de futebol no Brasil.

Rodrigo é graduado em Educação Física e Esporte pela USP, com especialização em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado e doutorado em Ciências também pela USP. Acumula experiência prática no futebol desde 2015 como fisiologista e preparador físico em clubes profissionais, além de atuar como treinador e coordenador técnico em categorias de base. Reconhecido academicamente, está entre os 10 cientistas do esporte mais produtivos da América Latina em publicações científicas relacionadas ao futebol.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.