Espaço e número de jogadores afetam o desempenho de atletas de futsal

Data:

Compartilhe:

Um estudo recente publicado na revista Biology of Sport investigou como a manipulação do espaço e do número de jogadores em pequenos jogos influencia as demandas de carga externa em atletas de futsal de diferentes categorias.

A pesquisa foi conduzida por uma equipe de pesquisadores, incluindo os brasileiros Leandro Lume Gomes, da Universidade de Brasília, e Sérgio Adriano Gomes, da Universidade Católica de Brasília, entre outros.

Por que o estudo foi realizado?

A pesquisa buscou fornecer informações valiosas para treinadores, ajudando-os a ajustar os treinos de acordo com as necessidades específicas de cada categoria. O objetivo principal foi entender como a alteração do espaço de jogo e do número de participantes em pequenos jogos afeta o desempenho físico dos atletas de futsal, considerando diferentes faixas etárias.

Como o estudo foi realizado?

A pesquisa contou com a participação de 56 jogadores de futsal masculino das categorias sub-15, sub-17, sub-19 e adultos. Durante sete semanas, os atletas realizaram seis tarefas de jogo, variando o número de jogadores (de 2×2 a 4×4) e o tamanho do campo (20×20 metros e 40×20 metros).

A carga externa foi medida por meio de unidades de medição inercial (IMU), que registraram dados como distância total percorrida, acelerações e desacelerações de alta intensidade.

Principais conclusões práticas

Os resultados mostraram que o espaço de jogo e o número de jogadores têm impacto significativo no desempenho físico dos atletas.

Jogos realizados em áreas maiores (como 40×20 metros) e com menos jogadores (2×2) resultaram em maior distância percorrida e maior intensidade de ações, como sprints e acelerações.

Por outro lado, espaços menores (20×20 metros) e mais jogadores (4×4) aumentaram a frequência de ações técnicas e táticas, como passes e dribles. Além disso, o estudo destacou que atletas mais jovens, especialmente da categoria sub-15, tendem a cobrir menos distância em jogos com mais jogadores, possivelmente devido a diferenças no desenvolvimento físico e na maturação.

Já os atletas mais velhos, como os da categoria adulta, apresentaram maior capacidade de manter altas intensidades em diferentes formatos de jogo.

Implicações para o treinamento

Os treinadores de futsal podem utilizar essas informações para ajustar os treinos de acordo com os objetivos específicos de cada sessão. Por exemplo, espaços maiores podem ser usados para aumentar a demanda física, enquanto áreas menores podem ser mais adequadas para aprimorar habilidades técnicas e táticas.

A pesquisa também sugere que o monitoramento da carga externa pode ajudar a individualizar o treinamento, adaptando-o às necessidades de cada jogador e categoria.

 
Para receber conteúdos como esse em seu e-mail, participe da nossa Newsletter.
spot_img
spot_img

Posts Relacionados

O que influencia a velocidade máxima nas partidas ao longo de uma temporada no Futebol?

Um estudo recente analisou a velocidade máxima atingida por jogadores de futebol durante as partidas, levando em consideração...

Tratamentos para dor crônica em jogadores de Futebol

Um estudo em formato de revisão integrativa analisou a eficácia de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos na gestão...

Cafeína aumenta atividade cardíaca e precisão de passes em Jogos reduzidos de futebol

Uma pesquisa recente, publicada no Journal of National Kinesiology, conduzida por pesquisadores turcos, examinou os efeitos da ingestão de...

Modelo preditivo identifica risco de lesões nos isquiotibiais em jogadores de futebol

Um estudo publicado nos Annals of Medicine, criou um modelo para prever o risco de lesões musculares nos...

Rodrigo Aquino

Rodrigo Aquino é professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua no Departamento de Desportos e como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado).

É líder do Grupo de Estudos Pesquisa em Ciências no Futebol (GECIF/UFES) e coordenador do Programa Academia e Futebol (Núcleo UFES), financiado pelo Ministério do Esporte. Seu trabalho envolve a coordenação de projetos técnico-científicos em parceria com categorias de base e equipes profissionais de futebol no Brasil.

Rodrigo é graduado em Educação Física e Esporte pela USP, com especialização em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado e doutorado em Ciências também pela USP. Acumula experiência prática no futebol desde 2015 como fisiologista e preparador físico em clubes profissionais, além de atuar como treinador e coordenador técnico em categorias de base. Reconhecido academicamente, está entre os 10 cientistas do esporte mais produtivos da América Latina em publicações científicas relacionadas ao futebol.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.